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Palácio Belmonte

Não se trata de um lugar para dar nas vistas. “É para quem quer se esconder”, diz a gestora do espaço Maria Mendonça, que me recebe numa conversa informal na biblioteca branca. Ela conta todo o cuidado e preocupação ecológica envolvida na restauração do Palácio Belmonte após a sua aquisição pelo esposo Frederic Coustols, em 1994, e dos célebres hóspedes que já receberam. Muitos do mundo das artes.

Quem passa pela zona do Castelo de São Jorge, em Alfama, pode até parar para tomar um café devido à placa convidativa posicionada em frente a uma porta aberta, mas devem ser poucos os que realmente sabem que é possível se hospedar ali.

Entrada do Palácio Belmonte, em Lisboa. Foto: Nataly Lima

A recepção fica logo atrás de uma grande porta vermelha que dá para a rua. “Para entrar, basta bater ou tocar a campainha”, o rapaz do café me auxilia. Notava-se que estava à procura de algo. Na entrada sou recebida por Faisal, que em poucos segundos me deseja boas vindas e me convida a deixar minhas malas logo ali: “ninguém vai mexer, não se preocupe”.

Ele conta que todos os hóspedes sempre são recebidos com um tour pelo espaço, que começou a ser construído no século XV e hoje conta com mais de 3.700 metros quadrados. Passamos por todas as salas comuns, ouço a história dos mais de 30 mil azulejos, mas na verdade eu já tinha descoberto de antemão o fato que mais chocaria qualquer brasileiro: esta foi uma das residências da família de Pedro Álvares Cabral.

Sim, aquele que descobriu o Brasil. Os guias turísticos que passam na porta do palácio acrescentam que ali se hospedava também Vasco da Gama, entre uma viagem e outra, à espera de ser recebido pelo rei.

Foto: Nataly Lima

Durante o tour, aos poucos é possível se desconectar do ruído da rua e da loucura da área turística e dos táxis que se encontram logo do lado de fora. Ali dentro o tempo é outro. O barulho é apenas o dos nossos próprios passos pelas escadas do palácio em direção aos quartos.

Na maior parte das vezes não se esbarra com ninguém que esteja trabalhando ou hospedado no local. É o que Maria chama de “serviço invisível”. Está lá quando precisa, mas não é para ser notado.

Adentrando à suíte que possui sala, quarto, banheiro, terraço e uma pequena cozinha distribuídos em três andares, logo nota-se que há muitos livros, mas não televisão. “Mas há Wi-Fi, não se preocupe”, informa o rapaz em tom de quem deve estar acostumado com o espanto de alguns dos hóspedes habituados com as regalias e tecnologias de hotéis cinco estrelas.

Antes de me deixar sozinha, o Faisal tira uma lista, põe-na sobre a mesa e me pergunta o que gostaria para o café da manhã no dia seguinte. Fiz silêncio por alguns segundos, pois não é comum ter algo tão personalizado. “Não sei. Mas o que tem? O que sugere”? Retruquei surpresa.

Ele me informa que há o básico, o que quiser. Ainda assim não consigo desempacar e fazer a escolha, então me ajuda na escolha dos pães, indica o queijo fresco, iogurte com frutas, ovos mexidos e não me dá opção no último: “e café, claro. Todos precisam de café para acordar”, diz em tom de riso. Concordo.

Foto: Nataly Lima

Já que a proposta do Palácio Belmonte é, na verdade, um convite a uma viagem para dentro de si mesmo ou um momento para aproveitar a dois ou entre amigos, desligo o computador e passo a observar a vista do meu quarto, que é fechado à chave e não com algum tipo de cartão eletrônico, bem como a porta da frente do Palácio.

Da suíte Bartolomeu de Gusmão, com 110 metros quadrados, vejo logo em frente a Sé de Lisboa, iluminada durante a noite. À direita fica o Tejo. Definitivamente algo que poucos veem antes de dormir.

Outro detalhe que chama a atenção da estadia no Palácio é que também não há chuveiro. O banho é de banheira. Logo, não há outra saída a não ser espalhar os sais de banho disponíveis e relaxar por algum tempo.

Foto: Nataly Lima

Às 9 em ponto ouço a campainha. Era meu café da manhã sendo trazido por duas funcionárias do local – as primeiras que lá vi desde que cheguei. Elas estavam vestidas com aqueles uniformes que costumamos ver nas famílias ricas das novelas brasileiras, de fundo preto e avental branco.

Apesar de ser tentadora a ideia de um café da manhã com uma vista privada, peço para que levem para o espaço onde os outros hóspedes costumam estar pela manhã. Não queria sair de lá sem ver com meus próprios olhos que havia mais pessoas no local.

E é verdade, durante o café da manhã realmente passaram por lá alguns outros hóspedes, mas confesso que pouco atenção dei a eles. Fiquei entretida com a vista do Tejo reluzente pelo sol da manhã, o ronco do navio que chamava os viajantes para embarcarem novamente e a manteiga do meu café da manhã. Não sei o que aquela continha em especial, mas subiria todas aquelas colinas de Lisboa novamente apenas para comer mais algumas porções dela espalhada em um dos pães daquela cestinha que me serviram.

Há pessoas que são pegas sempre pelo estômago. Acho que sou uma delas…

Foto: Nataly Lima

Quartos

Realmente, o Palácio Belmonte se trata de um lugar exclusivo e para poucos.  São 10 suítes, cada uma com uma decoração diferenciada e nome de algum português célebre, como Bartolomeu de Gusmão – onde fiquei hospedada -, Egas Moniz, Gil Vicente, Alberto Caeiro e outros.

Foto: Nataly Lima

Facilidades

  • Wi-Fi
  • Recepção 24 horas
  • Secador de cabelo
  • Máquina de Café
  • Chaleira
  • Roupão
  • Atendimento personalizado

Café da Manhã

Excepcional e personalizado. A experiência se torna ainda mais agradável com a vista, que é privilegiada.

Foto: Nataly Lima

Extras

Café da manhã incluso na reserva de qualquer uma das suítes.

O Palácio Belmonte conta com terraços, piscina externa e inúmeros livros espalhados pelos espaços.

O bar é self-service. Basta abrir a porta localizada em um dos corredores e se servir com uma das bebidas ali oferecidas, sem custo extra.

Foto: Nataly Lima

Localização

O castelo de São Jorge fica logo em frente, a poucos minutos de caminhada. O Miradouro Portas do Sol está a 2 minutos a pé.

O aeroporto fica a 7,2 km de distância do Palácio Belmonte.

Preço: 500€ a 3.000€

Palácio Belmonte
Páteo Dom Fradique, 14 1100-624 Lisboa, Portugal Veja no Mapa
+351 218 816 600
[email protected]
palaciobelmonte.com

* A acomodação foi visitada com o apoio de parceiros. A opinião e as palavras são da autora.

Fotos: Nataly Lima

 

 

 

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