A força necessária pra começar #4

Dia 30/05 chegou.

Embora quisesse sair bem cedo, com aquela animação acumulada de anos de planejamento, coloquei o despertador para 7h30. Acho que havia aquele leve receio. Todas as dúvidas, questionamentos, etapas que foram concluídas, pareceram vir todas juntas uma última vez. Abri os olhos, olhando pro teto por alguns minutos…era hora. Levantei-me, tomei um café da manhã simples, liguei para o meu avô e trocamos algumas palavras, um “boa sorte e boa viagem”.

Acordei o Rafa, como ele havia pedido. Ele se levantou com sono, mas parecia ter mais disposição que eu. Me entregou seu celular e pediu que olhasse algumas fotos enquanto ouvia uma música no fone. Era “You´ll be in my heart”, do Phill Collins (nossa música), e as fotos eram minhas e dele ainda bebês, crianças, na maioria delas estávamos juntos, abraçados, fazendo caretas. Haviam também fotos de minha mãe e de meu pai jovens, entre outras fotos que me levaram por uma viagem interna de memórias e me reafirmaram tudo o que precisava para entender que a vida acontece exatamente dessa forma. Que eu cresci, nós crescemos, vivemos tantas e tantas coisas, e na maioria das vezes na vida, deixamos que ela nos aponte o caminho e raramente fazemos nós mesmos as escolhas. Acho que por isso todas as dúvidas apareceram de novo, pois dessa vez era eu quem estava escolhendo a direção, e há um peso muito maior nisso, quase insuportável. E mesmo com anos de planejamento, atitudes, mudanças e decisões tomadas, sair, dar o primeiro passo, definitivamente, é o momento mais difícil.

As lágrimas escorriam e a respiração ficou tensa. Ainda com o final da música e ao mesmo tempo um silêncio ensurdecedor, abracei meu amado irmão, o melhor abraço do mundo. Sinto apenas que ele e eu somos duas partes do mesmo indivíduo, e por um bom tempo não teria esse abraço de novo, essa outra parte de mim ficaria longe, fisicamente, por um bom tempo.

Mas a coragem inundou novamente meu peito, pensei em minha mãe, meu pai, minha família, meus amigos, e todos que durante tanto tempo duvidaram, acreditaram, apostaram, acompanharam e esperaram tanto por esse momento assim como eu.

Hora de entrar no carro, tudo arrumado e preparado pro novo ciclo.

Obrigado Rafa, por simplesmente ter me dado o último impulso e a força necessária pra começar a jornada.

Te amo.

Obs.: O conteúdo é de total responsabilidade do colunista e pode não representar a opinião do Já Fez as Malas.

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