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A terapia do intercâmbio

Sair do contexto para encontrar a si mesmo: por que um intercâmbio é tão singular? Antes de viver essa experiência que estou vivendo hoje, ouvia de quase 100% das pessoas que já haviam feito um que não há nada igual. Mas o curioso é que ninguém sabia me explicar o porquê dessa singularidade toda que só uma temporada de estudos no exterior pode trazer.

Procurei por essa resposta em entrevistas intermináveis com quem já havia passado pela experiência, nas entrelinhas das histórias boas e péssimas (nem todo intercâmbio dá certo, né?), nos perrengues, nas reflexões relaxadas de uma conversa gostosa. No entanto, nunca encontrei algo que explicasse exatamente o porquê de um intercâmbio ser assim, tão inigualável.

Completei três meses estudando fora do Brasil no dia 11 de junho e ainda busco a resposta. Muito embora eu ainda não a tenha encontrado completa e clara, já percebi o quanto me encontrei fora do meu contexto, longe do meu conforto (confia em mim, fazer intercâmbio é ficar BEM longe do seu conforto mesmo!), só comigo.

Eu sempre apoiei que todos façam terapia. Saúde mental é uma coisa muito importante e, infelizmente, nem todo mundo percebe isso. A brincadeira que fiz com o título do artigo é justamente em razão disso: é no intercâmbio, ao menos no início dele, pelo que tenho aptidão para dizer, que você se descobre como se descortinasse uma janela. Pelo que eu vivi, aprendi muito sobre mim em muito pouco tempo e, uma das coisas que mais gostei, genuinamente, foi ter a minha própria companhia.

Mas Flávia, como assim? Explico: não é de hoje que notei esse amor por estar sozinha não. Foi logo no início do intercâmbio, quando tudo ainda eram flores. Preferi deixar o tempo passar para ver se não era deslumbre e hoje sei que não era. Em um país diferente, com uma cultura diferente da que você está acostumado, por mais que se guardem semelhanças, você está sozinho. Sim, você vai conhecer muita gente legal, mas essas pessoas te conhecem no contexto delas – e não no seu. E isso é excelente porque te traz uma liberdade gigantesca de ser quem você realmente é, livre de pressões que o seu ciclo social te impõe, sem querer ou não. O ponto é: fica à vontade!

Eu me melindrava demais quando estava no Brasil, talvez por medo de decepcionar as pessoas, e carregava uma imagem que não sentia ser assim, tão minha. Quando fui explorando minha nova vida, isso foi ficando cada vez mais leve, até que um dia, sumiu. Não que eu não fosse verdadeira ou que assumisse uma personagem que não fosse eu mesma. Eu mal sabia que poderia ser tão mais feliz e mais leve como sou hoje. Acho que é isso que não dá para explicar quando te perguntam por que um intercâmbio é tão único. Além da resposta óbvia de que as experiências são muito individuais, tem essa questão de se descobrir de novo. E isso é maravilhoso!

Se você está em dúvida se faz um intercâmbio ou não, vou ser extremamente honesta: se puder, faça. Se planeje, faça tudo certinho para não ter dor de cabeça, adie um pouco se precisar, mas faça.

Se você vai fazer e está buscando ler sobre as experiências de quem já foi para saciar a ansiedade, calma! As suas experiências não terão comparação com as dos outros. Mas, para ambos os casos, a dica é a mesma: se prepare para conhecer em você uma pessoa diferente, mais sábia, mais organizada (se você não se organiza, ninguém organiza para você!), mais segura e uma excelente companhia se/quando você souber valorizar estar sozinho em um lugar novo.

Ame a sua liberdade, se conheça, se priorize, valorize seu tempo e não faça nada que você não tem vontade para agradar os outros. Aprenda a lidar com frustrações e negativas de forma leve e racional, abrace os seus sentimentos e viva cada sorriso, cada suspiro, cada silêncio e cada gotinha de lágrima (de saudade, de alegria, de emoção…) como se fossem únicas. Porque é justamente isso que o intercâmbio é… pelo menos no começo.

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Flávia Stamato. Acompanhe também o instagram da Flávia.

 

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