Viajar com animais para a Europa – a experiência
Já contei para vocês aqui como foi o processo burocrático para trazer meus dois gatos do Brasil para a Europa. Agora vou dividir um pouco a minha experiência de viajar com de avião com felinos!
Eu viajei sozinha com os dois. Logo, um deles obrigatoriamente teria que ir no porão. Li muito sobre as companhias aéreas, mas sabia que fazer conexão estava fora de cogitação.
Comprei minha passagem pela KLM, vôo direto São Paulo – Paris e na mesma hora liguei para reservar a passagem dos gatos – foi preciso informar peso de ambos e medida da caixa de transporte do que iria no porão. Como eu ainda não havia comprado a caixa, dei um “google” na que eu pensava em comprar e passei aquelas informações. O valor foi pago diretamente no aeroporto no dia da viagem (200€ cada – preço fevereiro/2017).
Escolher quem iria comigo e quem iria no porão não foi uma questão: tenho uma english short hair e, por conta do focinho achatado, poderia ter hiperventilação, dificuldades para respirar e não poderia ser despachada. No dia que fui ao veterinário para pegar o atestado de saúde para o CZI, pedi também a receita de um calmante (os animais não podem ir sedados). Ele me receitou um a base de melatonina (hormônio do sono), assim os gatos ficariam mais relaxados, mas não dopados. Disse ainda para eu começar a dar o remédio dois dias antes da viagem, para acompanhar o efeito neles.
Vince (macho, que foi no porão) realmente ficou mais calmo com o remédio, já a Mia (fêmea, que viajou na cabine) foi como se não tivesse tomado nada.
Gatos odeiam mudança, odeiam sair de casa e claro, odeiam ficar trancado nas caixas. O caminho de casa para o aeroporto já foi difícil. Mia muito agitada, Vince um pouco mais calmo, mas claro, nenhum pouco feliz. Eu também estava muito nervosa, preocupada que ele iria ficar 12h sozinho no avião e eu já imaginava o trabalho que ela me daria na cabine.
O voo
Nosso voo partiu no sábado, 4 de fevereiro de 2017, às 21h10. Não é possível fazer check-in online quando se viaja com animal, então cheguei ainda mais cedo (4h antes da partida) no aeroporto para fazer todo o processo (entregar documentação, pesar caixas de transporte, pagar taxa, despachar mala e despachar gato) com calma.
Dei calmante para o Vince e o levei ao local indicado para despachar, aos prantos, pedi PELOAMORDEDEUS pro cara colocar ele no avião certo. E fui para o embarque com a Mia. Tive que tirar ela da caixinha pra passar no raio-X e achei que nunca mais conseguiria colocar ela de volta. Mas pronto, tudo certo.
Dei calmante para ela faltando 40 minutos para a decolagem, foi como se tivesse dado energético. Meu assento era na janela e, assim que o avião decolou, a Mia hiperventilou, não conseguia respirar. Foi meu momento de maior pânico. Fui com ela pro banheiro, tirei da caixinha, ela se acalmou. Depois disso, pedi para trocar de lugar e fiquei no corredor. Passei o vôo todo com a caixinha dela no colo. O correto é permanecer embaixo do banco, mas, diante da minha preocupação, nenhum dos comissários interferiu.
A viagem foi bem complicada. Eu imagino que viajar com cachorro seja mais fácil, eles estão mais acostumados a sair de casa, o processo todo é menos estressante para todos os envolvidos. Todos naquele avião passaram quase 12h ouvindo miados. Desembarcamos em Paris na manhã do dia 5 de fevereiro. Todos vivos!
Tivemos um outro voo com eles, de Paris para Copenhague, mas isso eu conto depois!
Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Lígia Pereira. Siga a Lígia também no Instagram.
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