Continuando a nossa rota enoturística, sobre a qual já falei nos posts anteriores, saímos de Fátima e fomos em direção ao Douro. Foram aproximadamente 311 km e uma média de três horas de viagem. Durante o trajeto, fizemos duas paradas: visita com almoço harmonizado em uma vinícola situada na Bairrada, em Anadia, e um passeio rápido pela cidade do Porto.

Um pouco da Bairrada

Seu clima é suave e temperado por causa da proximidade com o oceano Atlântico, que se estende desde Beira Litoral, entre Águeda e Coimbra, até às dunas do litoral. Foi uma das primeiras regiões de Portugal a experimentar a produção de espumantes e, justamente por causa desse terroir todo, não só deu super certo como também o espumante é o preferido e queridinho da região.

Aliás, a Bairrada é produtora de vinhos desde o século X. Porém, só no século XIX que essa produção tornou os espumantes, brancos e tintos em vinhos de qualidade. E na gastronomia, aqui estão os famosos leitões que levam o nome da região.

Foi lá que visitamos a Quinta do Encontro, e que encontro maravilhoso!

Porto, ai o Porto

Fazer um tour desse e não passar por esta cidade é a mesma coisa que comer feijoada sem a couve! Porém, foi uma visita “the flash”, pois tínhamos que seguir para o hotel no Douro no mesmo dia.

A UNESCO classificou o seu centro histórico como Patrimônio da Humanidade desde 1996. Por causa de suas raízes medievais, do conjunto de monumentos e edifícios de diversos estilos e épocas, Porto deve ser descoberto a pé e cada passo é uma surpresa. A modernidade teve que respeitar e se adaptar ao antigo, mantendo a arquitetura da Idade Média e preservando a história e cultura locais. Vemos bastante a arte gótica, barroca, romana, entre outras.

Fui conhecer a tão famosa Livraria Lello & Irmão, pois tanto a livraria quanto a cidade do Porto foram inspiradores para que o primeiro livro de Harry Potter começasse a ser escrito. Para quem não sabe, a autora J. K. Rowling morou uns tempos no Porto e a escadaria da Lello contribuiu para criar o cenário da escola de magia Hogwarts, assim como o uniforme da escola inspirado no traje universitário português.

Confesso que ao entrar na Lello eu fiquei arrepiada. Não é à toa que é considerada uma das mais bonitas do mundo. Como muita gente ia só para tirar foto por causa da fama relacionada ao Harry Potter, foi estipulado o pagamento de um voucher para entrar (5€) e que pode ser abatido na compra de qualquer livro.

A parte externa é arquitetura neogótica e não se imagina o quão deslumbrante é da porta para dentro, um lindo Art Nouveau. A escadaria que lembra uma flor de lótus, a madeira esculpida, os vitrais coloridos e a infinidade de livros que transportam para uma outra dimensão.

Outro lugar que arranca suspiros é a estação de trem São Bento, é visita obrigatória. Os azulejos azuis pintados à mão desde o início do ano de 1900. A arte desses azulejos representa fatos históricos de Portugal, as quatro estações do ano e a evolução do transporte. No teto, é possível observar as palavras Minho e Douro, em lados opostos, representando os dois rios mais importantes da região. Eu fiquei com o queixo caído. Aliás, esses azulejos estão espalhados por toda a cidade, inclusive são obras de arte nas paredes externas das construções.

Um dos cartões postais mais famosos do mundo está aqui também: a Ribeira do Porto. Esse visual é lindíssimo. Às margens do Rio Douro, é o local mais antigo pois era aqui que os barcos rabelos, à vela e feitos de madeira, chegavam carregados de vinhos e mantimentos.

Lotada de restaurantes e cafés, também é parada obrigatória para apreciar o pôr do sol, a vista, a ponte, a agitação e animação dos residentes e turistas. Se quiser atravessar o rio para fazer degustação nas caves de Vinho do Porto é só comprar o ticket e apreciar a paisagem. A noite o visual fica mais bonito com as luzes contrastando com as cores das casas, dando um ar meio bucólico, romântico, acolhedor.

A próxima parada é no Douro!

*Algumas informações foram pesquisadas no site do Instituto da Vinha e do Vinho e Visitar Porto.

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Roberta Ortolan. Siga também blog da Roberta.

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