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Viagem à Idade Média em Óbidos

Uma amiga brasileira veio passar férias em Portugal e decidimos alugar um carro para viajar do Norte ao Sul do país. Escolhemos essa opção porque não ficaríamos condicionadas aos horários de trem, ônibus ou avião e teríamos maior flexibilidade para aproveitar cada momento, lugares, usufruindo de toda a troca de culturas e costumes de cada região visitada durante 5 dias.

Na coluna de hoje falarei sobre um dos lugares mais encantadores que conhecemos durante esta viagem, a Vila Medieval de Óbidos, localizada em Estremadura, no distrito de Leiria. O Castelo de Óbidos foi declarado como o segundo dos sete monumentos mais notáveis do patrimônio português através do concurso Sete Maravilhas de Portugal, em 2007. Em 2015, a UNESCO considerou Óbidos como cidade literária, através do programa Rede de Cidades Criativas.

Quem visita a vila percebe uma afetividade neorromântica através de uma cenografia da Idade Média. Dentro das muralhas nota-se atemporalidade em suas sinuosas ruas, nas fachadas brancas e a viagem para um tempo lendário de uma cidade em formação.

Cronologicamente falando

Ao que tudo indica, pelos estudos arqueológicos, a vila foi fundada pelos Celtas em 308 a.C. No século I foi conquistada pelos romanos, que foram sucedidos pelos visigodos nos séculos V e VI, e no VIII a vila foi ocupada pelos Mouros.

O dia 11 de janeiro é feriado municipal, pois, nesta data do ano de 1148, o rei D. Afonso Henriques conquistou Óbidos.  A cidade pertenceu ao pentágono defensivo (dos cinco castelos), do centro do reino, idealizado pelos Templários. Em 1282, o rei D. Dinis doa a vila como presente de casamento para sua esposa Santa Isabel e a vila passa a fazer parte do dote de todas as rainhas portuguesas até 1834. Cada rainha que por ali passava, deixava benfeitorias à vila como aqueduto, chafarizes e requalificações urbanas através de reformas administrativas. Com presença assídua dos casais régios ao longo das Idades Média e Moderna, Óbidos floresceu e foi sucessivamente enriquecida por obras de arte, principalmente a arquitetônica.

O terremoto de 1755 destruiu partes da muralha, templos e edifícios, alterando o traçado perimetral da muralha medieval. Foi em Óbidos que começou a Batalha da Roliça, quando os franceses invadiram a vila em 1808, e onde Napoleão sofreu a primeira derrota da Guerra Peninsular.

Entre 1910 e 1950, a muralha foi reconstruída mesmo não conhecendo totalmente a configuração do perímetro inicial. Em 1974, a Vila foi palco da reunião preparatória da Revolta do 25 de Abril, ficando assim ligada ao corajoso e heróico movimento dos capitães. Em 1994, através de escavações arqueológicas foi descoberta uma cidade romana com o nome de Eburobrittium.

Conhecendo a Vila

A primeira aventura é para estacionar o carro: é preciso subir a montanha, uma estradinha sinuosa, pois o castelo fica no alto. Vale a pena apreciar a vista, uma paisagem verde de tirar o fôlego e contemplar a natureza. Isso também se faz ao andar por toda a extensão da muralha com escadas de degraus altos, podendo ver tanto o lado de fora quanto o lado de dentro da vila.

O castelo é bem conservado e o labirinto das ruas nos surpreende a cada curva descoberta. O comércio dentro da vila é peculiar, encantador e charmoso. Muitas janelas floridas e arquitetura dos períodos românico, gótico, barroco e manuelino. Um suspiro a cada passo. Paramos para tomar um café e nos deparamos com a proprietária fazendo um pão, doce, que dura 6 meses e passa por 5 horas de fermentação. É bem gostoso e curioso.

Não existe melhor data para visitar a Vila. É um passeio que tem que fazer porque nos transporta para um mundo à parte através das histórias que cada residente conta, a simpatia das pessoas, o clima romântico de uma era medieval. É um lugar para quem quer namorar ou apenas buscar inspiração, tranquilidade e paz de espírito. Outra coisa bem interessante é tomar o licor de Ginjinha de Óbidos no copinho de chocolate. Não deixe de provar: adoça a alma!

Estadia

Para quem quer ficar hospedado na Vila de Óbidos, é possível encontrar locação de casas ou quartos em casas de família através do Airbnb ou Booking.com, que mostra todos os hotéis e pousadas no local e na região.

Nós ficamos num hotel em Caldas da Rainha, uma cidade vizinha a Óbidos e que está situada a 7 km do castelo. Na minha opinião, o valor saiu bem mais em conta, com café da manhã incluso, e ficamos super bem acomodadas.

Festival Medieval

No dia em que nós fomos, a vila estava sendo preparada cenograficamente para a festa medieval que começou em 12 de julho e que vai até o dia 5 de agosto. Quem estiver por aqui, ainda dá tempo de curtir a festa. São 5 finais de semana, de quinta à domingo.

Na Idade Média eram consumidas apenas 2 refeições diárias: uma que seria o almoço e outra o jantar. Por isso, encontra-se muitos pães, vinhos, azeites, manteigas, especiarias, frutas cítricas e carnes. Durante o festival é possível participar ainda de um jantar medieval, que acontece às sextas e sábados à noite. As principais atividades contam com música, menestréis, malabaristas, dançarinos, nobres e mendigos. Barracas montadas, uma ao lado da outra, vendem de tudo: desde remédios à trajes medievais, que podem, inclusive, ser alugados no local por quem quiser entrar no clima do evento.

O vídeo abaixo passa a atmosfera do festival:

Não deixe de visitar, pois a cidade oferece outros eventos como Temporada de Música Clássica Barroca, de Cravo, Festival Internacional do Chocolate, Festival de Ópera e o Natal. E nunca se esqueçam de uma coisa: TODA cidade portuguesa é histórica, por isso é instigante conhecer cada lugar desse país.

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Roberta OrtolanSiga também blog da Roberta.

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