Estudar medicina em Cuba: vistos e validação de diploma
Estudar medicina em Cuba passou a ser a ambição e o sonho de muitos estudantes, uma vez que o país é reconhecido mundialmente pela sua excelência educacional. Depois que médicos cubanos vieram trabalhar no Brasil através do programa Mais Médicos, do governo federal, que visa de suprir a carência de médicos nos municípios do interior e nas periferias das grandes cidades do país, esse assunto ficou mais evidente.
A colaboração entre os dois países no âmbito do programa acabou recentemente por conta de divergências diplomáticas, mas muitos brasileiros continuam interessados em mudar-se para a Ilha de Cuba para estudar medicina. Um dos principais motivos é que é possível fazer o curso superior de forma totalmente gratuita.
Como estudar Medicina em Cuba em 2019
Por que tantos brasileiros fazem as malas e vão estudar medicina em Cuba? Isso porque até 2013 era possível estudar na ELAM (Escola Latino-Americana de Medicina) sem fazer vestibular e sem pagar nada por isso – e o aluno ainda recebia um pequeno auxílio financeiro do governo cubano. Hoje em dia, devido a razões econômicas, os estudos devem ser pagos pelos alunos, por uma entidade ou governo que os financia. É possível saber mais informações oficiais fornecidas pela Embaixada de Cuba no Brasil aqui.
A ELAM é uma escola de medicina destinada a jovens que não têm condição de bancar um curso de medicina tradicional e que pretendem retornar ao seu país para trabalhar com a medicina geral (o que chamamos no Brasil de saúde da família).
É preciso atentar também que, antes de ingressar no curso de medicina, o aluno passa 6 meses em um módulo preparatório. Esse módulo existe para que os alunos tenham aulas de espanhol, matemática, física, química e biologia. Eles fazem isso para que todos os alunos possam estar no mesmo nível de conhecimento antes de começarem a estudar medicina.
Como funciona a medicina em Cuba
Na Ilha de Cuba existem ao todo 25 universidades que possuem cursos de medicina, todas públicas, além da Escola Latino-Americana de Medicina, exclusiva da área médica, que recebe estudantes estrangeiros do mundo todo, muitos deles brasileiros.
Os cursos de medicina em Cuba têm duração de 6 anos em período integral, assim como no Brasil, mas a principal diferença entre as formações médicas brasileiras e cubanas é que no país socialista a medicina é preventiva e voltada para a saúde da família. Com um número alto de médicos por habitante – são 6.7 médicos para cada mil habitantes – cada médico é responsável, em média, pelo atendimento de quatro quadras, ou seja, o profissional conhece toda a população que vive naquele local e sabe os problemas de saúde dos pacientes que atende.
O sistema médico em Cuba é gratuito, assim como no Brasil, mas funciona de maneira diferente. Existem 3 divisões de atendimento: a atenção primária – feita em postos de saúde nos bairros; a atenção secundária – que são os hospitais onde somente ingressam pacientes com problemas de saúde mais graves, acidentados e pessoas que precisam realizar exames específicos; e a atenção terciária – que são hospitais especializados, que tratam do câncer, de doenças cardíacas, etc, já previamente diagnosticadas. Dessa forma, um paciente que está com gripe, sabe para qual unidade de atenção à saúde tem que se deslocar, onde será atendido por um profissional direcionado para o seu problema de saúde, sem sobrecarregar os hospitais comuns, por exemplo.
Como ingressar na ELAM
A ELAM não faz um vestibular para integrar os seus alunos à sua rede de estudantes, eles utilizam o sistema europeu de ingresso às universidades, que é a análise de currículo e entrevista. A embaixada cubana nos países fazem também uma prova de conhecimentos gerais para saber se a pessoa está apta para ingressar no curso. Entretanto, não para por aí (e é aqui que reside a polêmica). Existe uma reserva de vagas para brasileiros (o que parece algo positivo para quem quer estudar lá), mas precisa ter filiação a movimentos sociais ou partidos políticos de esquerda. A escolha dos alunos é feita com base em indicações de partidos como PT e PCdoB e movimentos sociais. A maioria dos brasileros que vão estudar em Cuba são filiados ou filhos dos filiados do MST ou de organizações indígenas. Ou seja, há uma pré-seleção de caráter político para se ingressar num curso de medicina em Cuba. A indicação é feita diretamente à Embaixada Cubana no Brasil, que aplica a prova de conhecimentos gerais, analisa o currículo do candidato e o entrevista.
Os pré-requisitos são:
- Ter no máximo 25 anos no momento de iniciar o processo seletivo;
- Ter concluído o ensino médio (ou equivalente), com obrigatoriedade das matérias de Biologia, Física e Química em todos os anos;
- Ter estudado todo o período escolar em escola pública;
- Ter no mínimo 2 anos de filiação partidária e apresentar carta de recomendação de instância partidária. Não se trata de recomendação de um membro da instância, mas sim aprovada em reunião da instância partidária.
Os documentos necessários para se inscrever:
- Cópia autenticada da certidão de nascimento;
- Certificado de conclusão do ensino médio, com firma reconhecida da assinatura do diretor da escola;
- Histórico escolar do ensino médio, com firma reconhecida da assinatura do diretor da escola;
- Exame de HIV com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- No caso das mulheres, exame de gravidez, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- Atestado de saúde física e mental, com firma reconhecida da assinatura do médico responsável;
- Certidão negativa de antecedentes penais e civis;
- Fotocópia da identidade;
- passaporte válido
- 6 fotos (duas no tamanho 4×4 e quatro no tamanho 2×2).
Os interessados em estudar medicina em Cuba devem encaminhar a documentação para o partido ou movimento social ao qual é filiado. A Embaixada de Cuba indica quantas vagas serão oferecidas a brasileiros, e os partidos e entidades enviam uma lista de pré-selecionados para a Embaixada, que faz a seleção.
Visto de estudante para Cuba
O site da Embaixada de Cuba não informa dados de documentação e taxas para emissão do visto de estudante para Cuba. Segundo a embaixada: “Para se candidatar a um destes [vistos], o requerente é obrigado a entrar em contato com o consulado cubano no país que ele / ela pertence e solicitar informações sobre estes vistos.”.
Você pode visitar o site da Embaixada de Cuba em Brasília para obter mais informações, mas já alertamos de antemão que procuramos por taxas e documentações necessárias para emitir o visto e elas não estão disponíveis. Portanto, recomendamos que você entre em contato com a Embaixada pelo e-mail embacuba@uol.com.br, pelo telefone +55 (61) 3248-4710 / 4215 ou pessoalmente no endereço: SHIS QI 5, Conjunto 18, Casa 1 – Lago Sul. CEP 71615-180 – Brasília – DF.
Se você preferir, pode também entrar em contato com o Consulado-Geral de Cuba em São Paulo pelo e-mail reconsular@uol.com.br, pelo telefone +55 (11) 3873-2800 ou pelo endereço: Rua Cardoso de Almeida, 2115 – Bairro Sumaré CEP 01252-001 – São Paulo – SP.
Há ainda o Consulado de Cuba em Salvador, que você pode contactar através do e-mail consulcubabahia@uol.com.br ou pessoalmente pelo endereço: Rua Lord Crochane, 66 – Barra – Salvador – BA.
Procure a representação de Cuba no Brasil mais próxima de você para ter informações sobre como tirar o seu visto para estudar em Cuba.
Como validar diploma de medicina cubano
O diploma de medicina cubano não é validado automaticamente pelo governo brasileiro. É preciso participar do processo Revalide, que revalida diplomas estrangeiros de todas as profissões no Brasil. Alguns alunos que estudaram em Cuba disseram que esse é um complicador, pois as exigências são muito duras. O conteúdo da prova de revalidação é semelhante ao adotado nos testes de residência médica no país.
Muitos alunos brasileiros que estudam medicina em Cuba têm intenção de trabalhar no programa Mais Médicos, que não exige a validação do diploma. Mas como o programa é uma medida provisória, não se sabe ao certo até quando ele estará em vigor.
Como funciona a medicina em Cuba
Na Ilha de Cuba existem ao todo 25 universidades que possuem cursos de medicina, todas públicas, além da Escola Latino-Americana de Medicina, exclusiva da área médica, que recebe estudantes estrangeiros do mundo todo, muitos deles brasileiros.
Os cursos de medicina em Cuba têm duração de 6 anos em período integral, assim como no Brasil, mas a principal diferença entre as formações médicas brasileiras e cubanas é que no país socialista a medicina é preventiva e voltada para a saúde da família. Com um número alto de médicos por habitante – são 6.7 médicos para cada mil habitantes – cada médico é responsável, em média, pelo atendimento de quatro quadras, ou seja, o profissional conhece toda a população que vive naquele local e sabe os problemas de saúde dos pacientes que atende.
O sistema médico em Cuba é gratuito, assim como no Brasil, mas funciona de maneira diferente. Existem 3 divisões de atendimento: a atenção primária – feita em postos de saúde nos bairros; a atenção secundária – que são os hospitais onde somente ingressam pacientes com problemas de saúde mais graves, acidentados e pessoas que precisam realizar exames específicos; e a atenção terciária – que são hospitais especializados, que tratam do câncer, de doenças cardíacas, etc, já previamente diagnosticadas. Dessa forma, um paciente que está com gripe, sabe para qual unidade de atenção à saúde tem que se deslocar, onde será atendido por um profissional direcionado para o seu problema de saúde, sem sobrecarregar os hospitais comuns, por exemplo.
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