Saiba como é morar em Cuba e o custo de vida de lá

Esse é certamente um dos países que mais desperta a curiosidade dos estrangeiros. No entanto, apesar do acesso gratuito à educação e saúde de qualidade aos seus mais 11 milhões de habitantes serem diferenciais, o fato de o país ainda contar com poucos recursos tecnológicos e financeiros faz com que muitos apenas pensem em visitar e não morar em Cuba. Afinal, são mais de 200 baías e 280 praias a serem aproveitadas ao longo de seus 5,7 mil quilômetros de extensão.

Desde 2016,  as relações com Estados Unidos vêm se estreitando, indicando possíveis parcerias e melhorias em seus serviços. Inclusive, a embaixada norte-americana foi reaberta no país. Cuba também está investindo mais na distribuição da internet para a população. Há cerca de três anos, foram instalados os primeiros pontos de Wi-Fi públicos na cidade de Santiago de Cuba, por exemplo.

Apesar de ser pago, US$ 1 por hora ou US$ 10 por um cartão com direito a 5 horas de navegação, o acesso à internet fora dos terrenos de universidades e hotéis demonstra um avanço para quem achava que não existia distribuição nenhuma de informação no país.

Atualmente, a ilha é muito procurada por estudantes interessados em estudar espanhol e em conseguir um diploma de medicina. Muitos pesquisadores e educadores também acabam passando longas estadias no país a estudo.

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Como morar em Cuba

Em Cuba, salvo raríssimos casos, não existe processo de naturalização: apenas quem nasceu no país tem a cidadania cubana. Parentes de cubanos podem solicitar o visto A-2, também conhecido como visto familiar.

No entanto, quem deseja morar no país pode pedir um visto de residência ao governo. De acordo com o site das Representações Diplomáticas de Cuba no Exterior, é preciso comparecer em uma das representações cubanas no Brasil e apresentar os seguintes documentos:

  • Resultados de exames de radiografia de tórax, sangue e teste da AIDS (os exames não podem ter sido feitos há mais de seis meses e podem ser feitos em Cuba);
  • Certificação de antecedentes criminais do Brasil;
  • Carta explicando os motivos pelo qual o estrangeiro deseja morar em Cuba;
  • Duas fotos 3×4;
  • Cópia do passaporte e passaporte original;
  • Certidão de casamento, nascimento dos filhos ou outra prova que fundamente a solicitação de acordo com as leis cubanas;
  • Comprovante de pagamento da taxa consular paga em dinheiro, cheque ou transferência bancária.

Os documentos requeridos precisam estar traduzidos e devidamente legalizados pelo consulado.

Quem vai para lá apenas para conhecer ou visitar um familiar pode tirar a Tarjeta de Turista, válida por 30 dias e com opção de extensão para mais 30 dias. O visto é concedido na hora durante uma visita consular. Para essa permissão basta levar o passaporte, cópia do bilhete aéreo, formulário de pedido de visto preenchido, e pagamento da taxa de cerca de R$57. O pedido também pode ser feito por correio.

Também é possível tirar um visto especial para jornalistas (D-6) e para quem vai a negócios ou para vender produtos. No primeiro caso, uma solicitação deve ser enviada primeiro para o e-mail [email protected] antes de ir ao consulado. Para a permissão de negócios, o pedido deve ser feito ao Gabinete Econômico e Comercial da Embaixada de Cuba. Independentemente do tipo de visto, a regra do governo determina que os estrangeiros que entram no país precisam ter um seguro saúde.

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Custo de vida

O custo de vida em Cuba é um tanto complicado de se mensurar, apesar de começarem a circular mais informações sobre valores nos últimos anos. De acordo com o Numbeo, por exemplo, viver em São Paulo custa quase duas vezes mais do que em Havana.  É preciso considerar ainda que alguns itens necessários para se viver durante o mês no país são concedidos pelo governo – como a cesta básica, a educação (da básica até a universitária) e a saúde. Também não há cobrança de impostos sobre a remuneração como acontece em outros países.

De acordo com Oficina Nacional de Estadística e Información, o salário médio nacional é de 767 CUP, cerca de US$ 30,68.

A ilha possui dois tipos de moeda: o peso cubano comum (CUP) e o peso conversível (CUC) – para evitar que outras moedas circulem no país. O CUC equivale a US$1 dólar e é a moeda utilizada pelos visitantes. Com cerca de US$60, um turista consegue se alimentar bem, usar táxi e ainda fazer passeios.

A hospedagem pode ser a maior despesa da viagem, tudo depende das escolhas do viajante. As opções vão desde hostels e casas de habitantes locais que custam a partir de US$ 10 por noite até hotéis de 5 estrelas, onde a diária pode facilmente chegar a US$ 300.

Em Cuba existe racionamento há mais de 50 anos para certos serviços e artigos, como o papel higiênico, dificilmente encontrado em banheiros públicos de museus, restaurantes e bares. Nos hotéis o item é oferecido normalmente. Para os próximos anos, espera-se que a política vá aos poucos ficando mais flexível para os habitantes locais.

E, se for para destacar os serviços mais caros do país, é preciso sempre voltar as atenções para a internet. Os pacotes para ter acesso em casa vão de US$ 65 a US$ 180, sendo que o preço médio é de US$ 98, uma bela despesa no fim do mês. Sendo assim, vale mais investir em uma ida ao cinema, onde o valor máximo do bilhete é de US$ 1.

Trabalhar em Cuba

Em Cuba, a maioria dos habitantes são funcionários do governo. Para os que vão desenvolver atividades em sucursais de agências de viagem ou de companhias aéreas é possível solicitar uma autorização de trabalho ao Ministério do Trabalho e de Segurança Social de Cuba.

Para outros casos, o estrangeiro também deve procurar o ministério para obter permissão, que deverá ser compatível com a categoria migratória do residente.

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Estudar em Cuba

Cuba é considerada pela World Bank (instituição financeira internacional) como o país com a melhor educação da América Latina e Caribe. Ali o analfabetismo praticamente não existe e 70% da população possui ensino superior, com destaque para áreas como medicina, artes, esportes e agroindústria.

Isso porque seu sistema educacional é 100% subsidiado pelo governo desde 1961, quando as instituições de ensino privadas também passaram a ser públicas. São 60 opções de universidades totalmente gratuitas espalhadas pela ilha, com cursos em níveis de bacharelado, mestrado e doutorado.

Então, além dos cursos de intercâmbio para aprender o espanhol, o país é procurado por muitos estrangeiros que querem se formar em medicina. Para se ter uma ideia, Cuba é o lar de 22,5 mil estudantes internacionais. Uma parceria com o Brasil ainda ajuda alunos de baixa renda a conseguir a tão sonhada formação.

É o caso da Escola Latino-Americana de Medicina (ELAM), que forma estrangeiros de baixa renda e de tribos indígenas para que eles atendam às suas comunidades quando voltarem ao país de origem. Atualmente, a escola recebe alunos de 120 países e já formou mais de 27.800 mil médicos desde sua fundação, em 1998.

Para estudar nessa instituição é preciso ter no máximo 25 anos e passar por um processo seletivo. Os candidatos brasileiros podem concorrer a bolsas de estudo na instituição, sendo indicados por movimentos sociais ou partidos políticos. Depois, uma entrevista deve ser feita na Embaixada de Cuba, onde é feito um teste psicotécnico e uma redação deve ser escrita. Depois de aprovado, o aluno ganha bolsa integral para estudar, incluindo alimentação, hospedagem, e 30% do valor de um salário mínimo na cidade. Quem não fala espanhol pode ter aulas do idioma para acompanhar os estudos. É importante lembrar que no Brasil o diploma de médico adquirido no exterior deve ser revalidado.

Mesmo sendo um país com boas relações diplomáticas no Brasil, é preciso solicitar um visto para entrar como estudante em Cuba, e isso só é possível depois que a universidade o aceitar. Para conseguir essa permissão é preciso ir até a embaixada cubana e os documentos normalmente pedidos são:

  • Passaporte original com validade mínima de seis meses
  • Formulário de pedido de visto preenchido e assinado
  • Reserva da passagem aérea
  • Carta de aceitação da universidade convidando o aluno ao país

Vale a pena ir para Cuba?

Apesar do clima tropical e do idioma latino (o espanhol), Cuba é um país difícil para um estrangeiro brasileiro se adaptar. O acesso a meios de comunicação e à internet são mais limitados e têm um alto custo se comparados ao de outros países, chegando a custar uma boa parte do salário de um cubano para uma utilização limitada.

Então, se morar ali vale a pena ou não depende muito do objetivo de quem vai: se for a estudo, as bolsas oferecidas em universidades muito boas compensam. Se for a trabalho, talvez seja preciso avaliar com as empresas que possuem sucursais instaladas ali e se a permissão de trabalho é viável.

Quem pretende passar uma boa temporada no país deve abrir mão do consumo e das redes de fast-food, pois trata-se de um país cujo governo é socialista.

Curiosidades

A área de biotecnologia em Cuba é uma das mais avançadas do mundo, com mais de 600 patentes para drogas, vacinas e sistemas de diagnóstico. Tanto é que a vacina contra a hepatite B, vendida em mais de 30 países, foi criada ali.

A saúde é um aspecto que chama a atenção: a qualidade da água de Cuba é uma das melhores do mundo, muitas doenças como tétano, hepatite, coqueluche, poliomielite, sarampo e difteria foram praticamente extintas da ilha. A expectativa de vida no país é uma das maiores, de 78 anos.

O esporte nacional da ilha é o beisebol. Boxe, vôlei e atletismo também são populares – o número de medalhas de ouros conquistadas por atletas cubanos em Olimpíadas fala por si só.

Cuba Libre, a famosa bebida que remete ao país, é feita com Rum, outra iguaria típica produzida a partir do melaço de cana de açúcar. A cozinha cubana combina tradições indígenas, africanas e espanholas.

 

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