Largou o emprego de 312 mil reais por ano para vender sorvete numa ilha
[su_quote cite=”Noelle Hancock”]Quem vive achando que precisa viajar talvez precise de uma nova vida[/su_quote]
Há quatro anos a jornalista de 31 anos Noelle Hancock abriu mão de uma carreira dos sonhos – pra muita gente. Formada em Yale, saiu de Manhattan, uma das regiões mais caras de Nova Yorque (quem assistiu séries norte-americanas como Gossip Girl sabe bem do que se trata) e agora mora numa ilha no Caribe, com 4,100 habitantes. Como alguém com uma vida dessa (e um salário desse) poderia abrir mão de tudo isso e em troca de quê? Ela explica que morava numa cidade extremamente competitiva, onde se tem que gastar a maior parte do tempo trabalhando para conseguir se manter, algo bem parecido com o que se vive em São Paulo, Rio e grandes cidades do Brasil. “Às vezes eu não via meus amigos mais próximos por um bom tempo”. Noelle tinha chegado no ponto frustrante que todo mundo já passou algumas vezes na vida do “vamos marcar aquela saída sim, com certeza. Não se preocupe”, mas que nunca se realiza.
“Eu preciso de uma viagem”, é o que ela pensava desesperadamente. Aliás, quem hoje em dia não acha que precisa? Noelle resalva que não viva mais o momento, seus 31 anos. Vivia pensando num possível futuro onde teria dinheiro suficiente e tempo livre para fazer algo que quisesse. Mas Noelle chama a atenção para um sábio pensamento que teve ao repensar sua situação: “quem vive achando que precisa viajar talvez precise de uma nova vida”. Mudar era difícil porque, como ela comenta, ela não estava satisfeita com seu momento de vida, mas estava confortável. E quantos de nós não estamos? [su_pullquote]”A parte mais difícil foi convencer a mim mesma de que estava tudo bem fazer algo sem motivo, apenas por querer mudar o rumo da minha vida”[/su_pullquote]
Quando terminava de finalizar seu livro “My Year with Eleanor: A Memoir“, em meio a uma busca de uma foto num banco de imagens, ela se deparou com uma fotografia paradisíaca e pensou: por que não buscar essa mudança de vida lá, se não havia nada que a prendesse ali (como ela diz, “não tinha um emprego que a entusiasmasse nem um namorado”). Após um post no Facebook pedindo sugestões aos amigos sobre lugares para morar no Caribe, escolheu a menor das três ilhas principais das Ilhas Virgens, a St. John. Rompeu com o contrato do apartamento, se livrou das coisas que tinha e comprou um bilhete apenas de ida para o local. “A parte mais difícil foi convencer a mim mesma de que estava tudo bem fazer algo sem motivo, apenas por querer mudar o rumo da minha vida”, comenta Noelle.
Ela descreve que chegou na ilha vestida de forma “ridícula” para o que eram os costumes do local e o emprego que aceitou por lá foi para trabalhar na sorveteria local. Passou a ganhar muito menos, mas em troca ficou mais feliz por estar trabalhando face a face com as pessoas, não ter que trocar milhões de e-mails ou comunicações virtuais e, principalmente, no final do turno não ter que se preocupar com mais nada além do que: “o que quero fazer hoje”. Agora Noelle vê os amigos todos os dias e não tem que se preocupar com coisas que só vai poder fazer na aposentadoria.
Obviamente a jornalista não pensava na mudança de vida que teria quando a perguntavam “como você se vê daqui a 5 anos” nas entrevistas de emprego. Apesar de confessar ter pensando duas vezes ao saber que colegas estavam sendo bem-sucedidos em suas carreiras tradicionais (um amigo inventou o Pinterest, outro já ganhou um Emmy), mas aí é quando ela pensa na foto do banco de imagens que a levou ao Caribe e por fim, a uma frase do autor de “O Senhor dos Anéis”, J.R.R. Tolkien: “nem todos que vagueiam estão perdidos“.
E Noelle começa a pensar em mudar para outro lugar totalmente oposto de lá. Onde ela vai acabar? Nem ela sabe. E essa é a graça.
O depoimento de Noelle Hancock foi publicado inicialmente na Cosmopolitan.
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