Morar na Dinamarca: saiba como ir legalmente

Morar na Dinamarca é o sonho de quem procura cidades altamente evoluídas e que ofereçam muita qualidade de vida.

Em diversas pesquisas que avaliam a infraestrutura de cidades, além de outros aspectos como salário mínimo e equilíbrio na vida profissional, o país geralmente lidera o topo do ranking e dificilmente é ultrapassado por algum outro lugar que não seja a Noruega ou a Suécia, suas nações vizinhas e com padrões de vida semelhantes.

Ali, o idioma falado é o dinamarquês, mas grande parte da população também fala o inglês. Veja o que é preciso para fazer parte da população mais feliz do mundo:

Como morar na Dinamarca

Quem cuida dos serviços imigratórios da Dinamarca no Brasil é a Embaixada da Noruega em Brasília e o Consulado Geral da Noruega no Rio de Janeiro, locais responsáveis por receber pedidos de permissão de residência, estudo e trabalho.

Devido ao Tratado de Schengen, cidadãos brasileiros não precisam apresentar visto quando forem a turismo no país, eles devem apenas comprovar que têm recursos financeiros para a estadia e podem ficar por um período máximo de 90 dias no território. Porém, as leis para imigração no país são bem diferentes e mais rígidas, restando poucas opções para quem não tem cidadania europeia. As permissões de residência são concedidas, por um tempo limitado, nos seguintes casos:

  • Au Pair
  • Imigração familiar (por cônjuge, coabitante, filho)
  • Estudos (intercâmbio, pesquisas, PHD não remunerado)
  • Trabalho (estágio, pesquisa, PHD remunerado)

Há ainda vistos específicos para estrangeiros que vivem em zonas de conflito e para quem trabalha com propósitos religiosos. O Working Holiday, programa que permite o trabalho de jovens de outros países por um período de até 12 meses, só vale para cidadãos da Argentina, Austrália, Canadá, Chile, Japão, Nova Zelândia e Coreia do Sul.

Somente depois de seis anos morando legalmente na Dinamarca é que o estrangeiro consegue obter um visto de residência permanente. Mesmo assim, a lista de requisitos a serem preenchidos é enorme.

Parte dessa lista determina que: o candidato à cidadania dinamarquesa deve fazer um teste no idioma local, deve ter trabalhado em um emprego regular ou ter prestado serviços por pelo menos dois anos e meio nos últimos três anos, deve estar empregado até a decisão do departamento de imigração, não pode ter cometido alguns tipos de crime, não pode ter dívidas em seu nome, não pode ter recebido alguns benefícios públicos nos primeiros três anos de seus seis anos morando legalmente na Dinamarca.

Existe ainda uma lista suplementar que permite ao estrangeiro conseguir a cidadania depois de ter residido legalmente no país por quatro anos. Os requisitos para isso são: ter trabalhado em um emprego regular ou ter prestado serviços por quatro anos nos últimos quatro anos e meio, ter passado no teste de cidadão ativo dinamarquês, ter tido um lucro tributável anual que nos últimos dois anos tenha sido de 270 mil coroas dinamarquesas ou mais, e ter passado no teste de idioma dinamarquês de nível 3.

Custo de vida

A Dinamarca cobra um preço alto pela infraestrutura de suas cidades e pelas escolas e sistema de saúde gratuitos. Por isso, não é à toa que o país tem um custo de vida 116% mais caro que o do Brasil. A moeda que circula ali é a coroa dinamarquesa (representada pela sigla DKK), que equivale a cerca de 0,60 centavos em reais.

O país não possui um salário mínimo instituído por lei, pois isso varia conforme a área de atuação do profissional, mas a média fica em torno de 13 mil coroas dinamarquesas (cerca de 1.800 euros). O aluguel de um apartamento com um dormitório pode custar entre 4 e 9 mil coroas e as contas domésticas podem chegar a mais de 1.800 coroas.

Trabalhar na Dinamarca

Assim como os Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa, a Dinamarca emite a permissão de trabalho apenas quando as empresas comprovam que não há dinamarqueses qualificados para suprir suas demandas em determinado papel ou quando o profissional estrangeiro é altamente qualificado e procurado.

O visto para trabalhar na Dinamarca tem um custo de R$1.450, mais outras taxas que podem ser pedidas pelo serviço de imigração. Atualmente, existem algumas formas populares de conseguir ir a trabalho e morar na Dinamarca:

  • Greencard: para profissionais altamente qualificados que queiram buscar um emprego na Dinamarca. Nesse caso, o imigrante deve alcançar uma pontuação mínima para ser elegível ao visto.
  • Positive list: o país tem uma lista de profissões que estão em escassez de profissionais qualificados. Quem se encaixa nessa lista tem fácil acesso ao mercado de trabalho dinamarquês.
  • Pay limit scheme: se o estrangeiro recebe uma oferta de salário a partir de 375 coroas dinamarquesas, ele pode obter a permissão de trabalho.
  • Fast-track scheme: permissão de residência concedida para profissionais altamente qualificados contratados por empresas certificadas pela agência dinamarquesa de recrutamento internacional.
  • Researchers/ guest researchers: pesquisadores qualificados conseguem visto de residência e acesso ao trabalho na Dinamarca.
  • Start-up: a Dinamarca recebe empreendedores com ideias de negócio inovadoras e que possam gerar empregos para seus cidadãos.
  • Establishment Card: permissão de trabalho concedida para estrangeiros recém formados em programas de mestrado e doutorado tentarem se estabelecer na Dinamarca.
  • – Trainee: permissão temporária para estrangeiros passarem por treinamentos em empresas instaladas no país.

Estudar na Dinamarca

Uma das formas mais comuns de ir estudar na Dinamarca é por meio de programas de bolsas de estudos ou de mestrado e doutorado em parceria com universidades brasileiras.

Existem três formas de conseguir a permissão de residência como estudante: pelo ensino superior, programa de estudos básicos para jovens ou o Danish folk highschool, projeto que capacita jovens entre 18 e 24 anos em diversas áreas como artes, viagens, cultura, etc. Quem deseja buscar uma universidade para ingressar pode consultar neste site a lista de instituições e os requisitos para ser aprovado.

De acordo com informações da embaixada, a taxa consular para visto de estudante é de R$1.250, com isenção para alunos menores de 18 anos.

Vale a pena?

Quem consegue um trabalho ou bolsa de estudos na Dinamarca dificilmente terá fatores que pesarão contra uma mudança. Afinal, o país lidera o ranking de lugares onde as pessoas mais são felizes e também na lista de países que mais oferecem equilíbrio entre vida profissional e pessoal, segundo o estudo Better Life Index, da OECD.

Vale ressaltar que morar na Dinamarca pode não ser o ideal para quem quer juntar dinheiro, pois o alto custo de vida consome grande parte do salário dos trabalhadores. Os brasileiros muito acostumados com o calor podem sentir desvantagem em ir para lá, afinal, o verão dinamarquês alcança a temperatura máxima de 25ºC. Em compensação, o banho de mar é uma das atividades preferidas dos dinamarqueses.

Curiosidades

A Dinamarca é um dos poucos países da União Europeia que adotou uma moeda diferente do euro: a coroa dinamarquesa.

Copenhage, a capital do país, é uma das cidades mais amigáveis para ciclistas – e estamos falando de cerca de 50% da população que usa a bicicleta como principal meio de transporte. São 350km de ciclovias, com 40km dedicados para vias exclusivas de bicicleta.

O país é conhecido por ser um dos mais igualitários do mundo, contando com praticamente o mesmo número de homens e mulheres trabalhando. Em alguns casos, as mulheres chegam até a ganhar mais.

A desigualdade de renda ali tem um dos menores índices do globo: 20% dos mais ricos ganham em média quatro vezes mais do que os 20% mais pobres. E a diversidade é muito levada a sério, tanto é que a Dinamarca foi o primeiro país a permitir o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, em 1989.

A Lego, fabricante do famoso brinquedo de montar que marca a infância de muitos ao redor do mundo, é uma empresa dinamarquesa.

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