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“E se eu precisar de atendimento médico em Portugal?”

Li outro dia que a questão da saúde é uma das maiores preocupações para quem muda de país. E não poderia ser diferente, afinal, se não estamos bem, tudo fica mais difícil. A situação é ainda mais delicada quando mudamos com filhos pequenos ou se alguém da família precisa de acompanhamento médico regular. Pois bem, essa é duplamente a minha realidade, então, vou contar  como fizemos para manter tudo sob controle. Ou quase.

Os primeiros passos

Antes de mudar levei as crianças ao pediatra, dentista, oftalmologista, otorrino (ufa!) e fizemos todos os exames possíveis, além de verificar as vacinas. É importante lembrar que sem os cartões atualizados e apostilados não é possível nem fazer a matrícula nas escolas daqui.

Eu e o marido também fizemos um “belo check up”, mas esquecemos de cuidar da vacinação e quando chegamos à primeira consulta com a médica de família fomos recebidos com uma injeção antitetânica “de boas-vindas”.

Outra providência que deve ser resolvida antes da mudança é obter o PB-4. No site do Ministério da Saúde é fácil encontrar onde e como fazer para conseguir o documento que garante aos brasileiros em Portugal atendimento médico nos centros de saúde públicos. Vale lembrar que público nem sempre é sinônimo de gratuito. Com o documento apostilado em mãos, é necessário ter ainda um comprovante de residência para localizar a USF (Unidade de Saúde Familiar) mais próxima. Em tese, é lá que você e seus familiares serão atendidos.

Fazendo a inscrição na USF

Aqui começa a ficar tenso! Fui à USF da minha freguesia, mas, ao chegar, fui informada que lá não havia mais vaga e não seria possível fazer a nossa inscrição. Tentei reclamar, mas não adiantava, pois tinha aviso por todo o local acerca da incapacidade de receber novos utentes. A solução, no entanto, não era tão complicada: eu poderia escolher entre quatro outras unidades. Percebendo “uma certa má vontade”, resolvi tirar uma foto dos avisos e das listas de locais onde havia vaga. Foi a  nossa sorte.

Saí de lá peguei o autocarro e fui para outra freguesia um pouco mais distante de casa, mas nem tanto. A unidade era maior e bem mais nova do que a anterior, o que me deixou animada. Quando cheguei e contei todo o ocorrido foi a maior confusão. As funcionárias ficaram muito irritadas, não comigo, mas com o fato da outra USF estar enviando utentes para lá e, por isso, quase recusaram a nossa inscrição. As fotos que tirei ajudaram muito porque não havia como me mandar de volta para a minha freguesia.

Além das provas apresentadas (registrem tudo que for possível!), foi necessário “apelar” para o Estatuto de Igualdade e, principalmente, porque toda criança para ser matriculada nas escolas daqui, além das vacinas, precisa estar inscrita no sistema de saúde. Para embasar ainda mais a nossa urgência, meu marido necessita de atendimento regular. Então, diante desse “pacote completo”, as inscrições foram feitas com êxito. Recebi um papel simples, tipo A4, para cada um de nós com nossos dados pessoais, o número de utente, válido em todo país,  a data da primeira consulta obrigatória e ainda o nome da nossa médica de família.

Consultas e atendimentos

Alguns dias depois, fomos todos atendidos por essa médica. Tudo é feito com ela ou com as enfermeiras da USF, só encaminham para o pediatra, ginecologista, cardiologista ou outra especialidade se o paciente apresentar alguma situação grave que não possa ser resolvida ali.

O lugar é muito limpo e tranquilo. Ouvia algumas pessoas reclamando, mas acho que atende bem as expectativas. Entretanto, nem tudo são “flores”. Nessa primeira consulta a médica percebeu que tinha algo de estranho nos batimentos cardíacos do marido. Lembram que contei no outro post que ele operou o coração? Diante disso, ela falou que, se nós tivéssemos condição financeira, deveríamos procurar uma clínica particular para fazer os exames. Apesar do encaminhamento que ela preparou, o atendimento com o cardiologista do hospital público iria demorar.

Nem precisa dizer que ficamos muito abalados, tanto com a questão da saúde dele como também com os gastos. Mas eis que aconteceu algo muito interessante. Fomos a um hospital particular, relatamos tudo o que estava acontecendo e a atendente perguntou por que não fazíamos o cartão de um supermercado daqui. Sim, isso mesmo, a pergunta aparentemente sem sentido nenhum foi a “salvação”. A partir daí, ficamos sabendo que ao fazer gratuitamente o cartão do Continente teríamos direito a um plano de saúde que não tem nenhum tipo de mensalidade (pelo menos até o dia em que fizemos) e que, além de acumular saldo a ser revertido em compras no supermercado, ainda reduz em quase 50% dos custos nos hospitais conveniados.

Como assim, né? Pois é, desse jeito. Fizemos o cartão sem ter que pagar “nadica de nada”, voltamos ao hospital para os exames e consultas que saíram pela metade do preço da tabela e ainda acumulamos um saldo que usamos depois para as compras.

Mas você pode estar se perguntando “e se mesmo assim não fosse possível arcar com os gastos?”, afinal, nem sempre é possível. Bom, a nossa primeira consulta com a médica da USF foi em fevereiro e apenas em maio o marido foi atendido pelo cardiologista do hospital público. Foram feitos novos exames e o atendimento não poderia ter sido melhor, mas demoraram 3 meses e, se não tivéssemos conseguido ir ao particular, teria sido muito difícil permanecer aqui. Porém, a médica assegurou que meu marido ou qualquer um de nós seria atendido imediatamente se fosse até a emergência de um hospital público. A demora é para consultas agendadas, então, se ele estivesse se sentindo mal (mas não estava, apesar das alterações) a história seria outra.

E essa outra história eu conto depois, quando eu e as crianças fomos parar no SOS, afinal, quem nunca?

Este conteúdo é de total responsabilidade da autora da coluna Karina Berardo.

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