Por que Portugal me fez sentir como “Alice No País das Maravilhas”

Quando eu estava organizando a vida para mudar para o Porto, uma amiga querida, que também já morou fora nesse esquema “com prazo de validade”, ou seja, com data certa de ida e de volta, me disse que esse período não é a vida real. É uma experiência tão intensa e diferente que foge totalmente do padrão até então vivido. Guardei essa conversa na cabeça, junto com todas as muitas listas que fiz para operacionalizar a mudança. Haja lista!

Logo nos primeiros dias aqui, fui passear no Mar Shopping. Aliás, no IKEA, onde tem tudo que você e qualquer ser humano precisa na vida. Ao chegar, havia uma espécie de brinquedoteca cujo tema era justamente o da Alice no País das Maravilhas. Na mesma hora, lembrei da conversa sobre “a vida real” e tive certeza que eu, tal qual a personagem, consegui passar pela estreita, pequena e mágica porta dos sonhos.

Diferente da Alice, eu não tomei nenhuma poção mágica, mas tomei muita coragem e decidi enfrentar todo o exército de incertezas, medos e desafios que as mudanças sempre trazem. O que posso dizer é que abrir a porta dos sonhos é das melhores sensações na vida. Eu tenho plena consciência que para muitas pessoas nesse mundão as mudanças são impostas ou quase impossíveis, o que é muito triste. Mas seja qual for a sua vida real, se você tem um sonho, lute por ele. Não fique esperando o momento perfeito porque o tempo não para. Então, não se atrase para realizar o que deseja.

No meu caso, as mudanças foram tantas que mal consigo dizer quando começaram. Decidi marcar como o início dessa aventura o dia em que nasci. Brincadeira! A vontade de viver em outro país, conhecer outras culturas, sair da “zona de conforto”, me permitir fazer coisas totalmente novas e comer outras comidas (outro relato, em breve!) gritou mais forte dentro de mim após meu marido precisar fazer uma cirurgia cardíaca muito tensa em 2014. Eu pensei: “Até quando vou ficar esperando para realizar meus sonhos?”.

Gaças à Deus deu tudo certo com o marido e segui com os planos. Em 2015 eu voltei para a faculdade. Sou formada em Direito e sempre exerci a advocacia, mas achei que seria mais difícil recomeçar em outro país com essa carreira porque o exercício da profissão exige o reconhecimento, as leis são diferentes, etc. Já que era para mudar, vamos bagunçar tudo. Lá fui eu fazer o curso de Jornalismo, o que não foi nenhum sacrifício, porque sempre adorei a área da comunicação.

Eu sabia que estar no ambiente acadêmico me ajudaria ter acesso a novas oportunidades, aliás, #ficaadica. Pesquise cursos de graduação, técnico ou até de línguas, pois há vários tipos de programas de mobilidade. E foi isso o que fiz, participei do programa Santander e consegui uma vaga na Universidade do Porto, onde estou nesse exato momento. A seleção se deu pela análise das minhas notas e isso significa que sim, além de sonhar tem que estudar muito e planejar mais ainda, afinal, na vida real não tem poção mágica que dê jeito, né?

Foi assim que a KK veio para o país maravilhoso chamado Portugal. E os motivos para eu achá-lo maravilhoso? Ah, isso fica para depois. Separa a pipoca, se arruma no sofá que em breve tem mais sessão da tarde.

Este conteúdo é de total responsabilidade da autora da coluna Karina Berardo.

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