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Em Londres, todos pegam o barco da adaptação

Acho que cabe uma apresentação: oi, meu nome é Lívia. Saí de mala e cuia de Teresina, Piauí, para fixar residência em Londres. Não vim a estudo, nem a turismo. Vim para começar uma vida com um gringo que curtiu uma foto minha no Facebook há 7 anos – mas não é essa a história que eu quero contar, pelo menos não agora.

O choque de vir de uma cidade tipo Teresina para uma do tipo Londres foi imediato e durou algum tempo, mas quero acreditar que já consegui me adaptar. Vamos só dizer que a pessoa não sabia nem pegar metrô e agora está por aí, falando “Excuse me” para quem fica parado do lado esquerdo da escada rolante.

Londres é uma cidade meio neurótica – tipo aquela menina que acorda às 5h da manhã com pique para crossfit e suco verde, que vai para o trabalho passar perrengue e depois se passar no happy hour, mas antes da meia-noite já está dormindo. Super animada, super sorridente, super legal, super descolada, mas que chega a ser super cansativa também. Esqueci de mencionar que ela também é poliglota. Essa é a parte mais interessante para mim.

Trabalho na indústria de bares e restaurantes, composta na maioria por imigrantes, pessoas que deixaram seus países para tentar uma vida nova na Inglaterra (alô, Brexit, deixa a gente ficar!). No restaurante onde eu trabalho há UM britânico – e ele tem dupla cidadania (francês). Eu convivo diariamente com italianos, húngaros (meu marido é húngaro também!), espanhóis e chineses. Já trabalhei ainda com gente do Vietnã, Myanmar e Tailândia.

Há pelo menos 10 países representados nessa foto com meus colegas de trabalho no Natal do ano passado

Meu cabeleireiro é turco e a gente se fala principalmente por gestos. Sim, alguns cortes deram errado, a franja ficou bem mais curta do que o planejado e a fofoca que rola no salão não dá para entender!

Londres é étnica. Meu restaurante favorito é de comida espanhola cozinhada por cozinheiros do Chipre. O lanche noturno fast-food é mais Kebab do que McDonalds.

Quer comida colombiana feita por colombianos sem sair de Londres? Elephant & Castle é o lugar – inclusive, os funcionários te recebem falando em espanhol. Em que outro lugar do mundo eu poderia ser testemunha do conflito de um muçulmano em comer ou não hambúrguer no trabalho por causa do Ramadã? No Piauí mesmo não!

Rodízio de carne, 1, 2, 3, GO!

É tanta gente, de tanto lugar, que você não se sente sozinha. Estamos todos no mesmo barco. Mas quando a saudade de casa bate, é bom saber também que em Seven Sisters, no Norte de Londres, tem açougue brasileiro (eles vendem coxinha e guaraná, minha gente!) e um salão de brasileiro onde a fofoca aborda o PT e a novela das oito – o horário agendado não significa que você não vai esperar. E que, em Islington, tem rodízio de churrasco. Porque tem dia que só um rodízio de picanha, com feijão tropeiro, farofa e caipirinha salva, não é mesmo?

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Lívia Moura.

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