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As celebrações vínicas a norte de Portugal

Antes de mais nada, se estiver pensando em vir conhecer o norte português, pode colocar no seu check list o Douro como passagem obrigatória. Não existe nada parecido com ele em questões de belezas naturais envolvendo vinhas e oliveiras, entre tantas outras culturas regionais, o passeio às margens do rio como o de barco no Douro. Acredite: é único! Para mim, a paisagem mais indescritível é no outono.

Este último mês eu pude participar de três eventos muito interessantes (e importantes) que envolveram o vinho da Região Duriense: Festa Pombalina e o Vindouro, Port Wine Day e Wine & Music Valley.

Festa Pombalina e o Vindouro

A Festa Pombalina acontece anualmente em São João da Pesqueira, região Norte de Portugal, durante três dias, e como muitos dizem por aqui: a cidade é o coração do Douro Vinhateiro. O evento teve um Street Market com produtos artesanais e da região, expositores, provas e leilão de vinho, degustações comentadas, o desfile na avenida principal com cem integrantes, todos vestidos à caráter, interpretando o momento épico, e o jantar pombalino, com o estrelado chef português Rui Paula, ocorreu na histórica Quinta de Cidrô – pois suas primeiras vinhas foram plantadas no início do séc. XIX, tornando-se um modelo de experimentação vitivinícola para toda a região, juntamente com a construção do seu belíssimo Palácio. Resultado: seu patrimônio arquitetônico, cultural, paisagístico e enológico são ímpares.

 

A festa homenageia o Marquês de Pombal pois a história conta que em 10 de setembro de 1756, o Marquês assinou o alvará régio que demarcava a região vitivinícola do Douro, conhecida como a primeira região vitivinícola demarcada e regulamentada do mundo.

E lá fomos nós conhecer a tão famosa festa, que caiu inclusive no dia do meu aniversário. Toda a atmosfera foi recriada no século XVIII. O desfile percorre a avenida principal e para na frente do tribunal. O elenco se mistura no meio dos turistas, encenando entre eles e interagindo com o público. O Marquês de Pombal faz a leitura do alvará régio na sacada do Tribunal interpretando e contado parte da história que foi tão importante para Portugal. Confira abaixo o momento dessa leitura!

É um super evento com shows, DJ’s, comidas típicas da região e gente de toda a parte do mundo! Fora isso, São João da Pesqueira pode ser desbravado não só através do enoturismo, mas também pelos passeios que envolvem a região, incluindo os miradouros que oferecem uma vista lindíssima de tirar o fôlego. “São João da Pesqueira, detém o Foral mais antigo de que há memória, atribuído pelo rei Fernando Magno, nas datas de 1055 e 1065 constando já o vinho entre os tributos a pagar ao rei” – Site da Câmara Municipal. Todas as particularidades desta região foram reconhecidas em 2001, com a classificação do Alto Douro Vinhateiro, como Património Mundial pela UNESCO, sendo o concelho que possui a maior área classificada: vinte por cento.

Port Wine Day

Desde 2014, mais precisamente 258 anos depois do Marquês de Pombal ter criado a Região Demarcada do Douro, foi instituído como Dia Internacional do Vinho do Porto o dia 10 de setembro. A partir daí as celebrações começaram através de eventos pontuais, anualmente, pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. Em cada edição o evento atrai mais especialistas da área, turistas, entusiastas, enólogos, enófilos, jornalistas do mundo todo, reunindo os melhores produtores de Vinho do Porto, com provas exclusivas de vinhos raros e palestras, e movimentando uma das cidades mais visitadas de Portugal.

Como nós chegamos na “terrinha” em 2017, marido fez a vindima no mesmo ano em uma das vinícolas que participava do evento e por isso marcamos presença no Palácio da Bolsa (para ele esse dia teve um gostinho especial). A safra de 2017 foi declarada como ano Vintage para os Portos e, além das provas dos cinquenta expositores ali presentes, houve a sua proclamação com os participantes da Confraria do Vinho do Porto.

O “Port Wine Day” promoveu rotas de restaurantes e bares, com jantares eno-harmonizados, entre outras ações, a “Regata de Barcos Rabelos” – barcos que levavam os vinhos em pipas através do Rio Douro entre Douro e Porto porque não existia esse percurso por terra na época.

Realmente é muito emocionante ver a tradição vínica em sua essência, poder estar ao lado e em contato com produtores e enólogos renomados, saber da história, da cultura, da importância para o país e que em cada gole de vinho está o esforço de uma equipe dedicada de viticultores, adegueiros, dos estagiários que anualmente estão em cada quinta para ajudar nas vindimas (debaixo de um calor infernal, porque época de vindima é em pleno verão!). Um trabalho minucioso e árduo, não só para o vinho do Porto, mas para todos os vinhos em geral, de todas as regiões vitivinícolas portuguesas. Não é fácil, mas é (re)compensador. Sem contar que tudo também depende do tempo: muita ou pouca chuva (a de granizo acaba com as plantações e esforços humanos de uma safra inteira!), muito ou pouco sol …. enfim, é muito amor e dedicação envolvidos. E depois de passar por cinquenta produtores, impossível ficar com o sorriso top, pois, de acordo com maridão enólogo, os compostos corantes presentes nos vinhos tintos tingem mesmo os dentes.

“O programa do ‘Port Wine Day’ pretende disseminar a verdadeira experiência do Vinho do Porto e do Douro Vinhateiro, homenagear a sua história, espalhar a palavra aos especialistas, ao consumidor, sobretudo aos mais jovens, e ao mundo, apontando o futuro daquele que é simultaneamente grande embaixador e anfitrião do nosso país” – Manuel Cabral, ex-presidente do IVDP.

Wine & Music Valley

Realizado em Lamego, Norte de Portugal, o Wine & Music Valley abraçou dezessete mil e quinhentas pessoas, entre elas espanhóis, americanos, canadenses, franceses, ingleses e suíços. Um evento completamente inspirado pelo vinho. A proposta foi simples: juntar vinho, música e gastronomia em um único lugar. E lá fomos nós averiguar de perto, uma vez que são três coisas que casam super bem. Foram dois dias de muitas atrações. Haviam três palcos: os que músicos tocaram e outro onde as provas de vinhos e os chefs se apresentaram. Haviam mais de cinquenta produtores de vinho da Região do Douro, muita música e show cooking com chefs estrelados, uma super roda gigante na entrada, o artista plástico Oscar Rodrigues que pintava com vinho (tranquilo, do Porto e mosto de uva), a chamada Vinharela, e expunha suas artes como divulgação de seus workshops que ele realiza em uma das quintas com os clientes do enoturismo.

Entre os músicos renomados portugueses, no primeiro dia vimos o show de Bryan Ferry – Slave to Love teve uma releitura mais rápida. O cara está com setenta e três anos de idade, deu um show de gaita e super disposição que levantou a galera! No segundo, aproveitamos o show do contagiante de Seu Jorge. Para mim, sem dúvida, o melhor de todos nos dois dias de evento. Carioca não tem jeito, aquele ar malandro, o gingado. Colocou Lamego para chacoalhar o esqueleto com muito samba do bom.

O IVDP, Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, apresentou uma degustação comentada, por Bento Amaral, com o tema “A Melodia do Vinho do Porto”, relacionando os vinhos com um tipo de música na presença de atores portugueses e brasileiros.

O ambiente destinado ao show cooking era bem espaçoso e montaram uma cozinha com um telão enorme para que o público pudesse acompanhar todas as etapas de preparação dos pratos. Ao todo foram seis chefs preparando os pratos que estavam sendo servidos durante o evento. Lá estavam Rui Paula, Pedro Pena Bastos, Vítor Matos, Miguel Castro e Silva, Tiago Bonito e Tiago Moutinho (este último é chef do Castas e Pratos, em Peso da Régua, e já tive a oportunidade de degustar uma de suas criações lá mesmo no restaurante). Mais detalhes sobre a gastronomia apresentada durante o festival pode ser lido no Magic Gourmet e descubra se foi Revelado o Feiticeiro ou Quebrado o Feitiço.

Reencontramos amigos, enólogos, conhecemos e provamos vinhos e produtores indescritíveis. Dançamos, cantamos, rimos, bebemos e comemos. E para quem tinha pavor de entrar na roda gigante, trauma do Playcenter (quem for paulistano aqui, acima dos trinta e cinco, lembrará com nostalgia), fechou o domingo com as luzes das margens do Rio Douro, de um lado, e do festival, do outro, com a cabeça nas nuvens e uma vista incrível das alturas, ou seja, da roda gigante.

A organização do evento acredita que o Wine & Music Valley “é uma oportunidade única para atrair turistas nacionais e internacionais, novos públicos e incentivar as empresas a investirem de forma sustentada e regular nesta região, promovendo a gastronomia, a produção vinícola, o desenvolvimento do enoturismo e o lazer”.

Já para Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, garantiu que “a mais antiga região delimitada e regulamentada do mundo teria que estar associada ao primeiro e maior evento desta natureza, alguma vez realizado no nosso país, aliando os Vinhos do Douro e do Porto à boa gastronomia e a um cartaz de artistas verdadeiramente excepcional. De fato, o Alto Douro Vinhateiro – paisagem única, protegida pela UNESCO desde 2001 – foi palco de uma celebração única, em plena vindima, onde acorreram milhares de pessoas de todas as faixas etárias. Este evento prestou tributo à história, à região duriense e a todos aqueles que continuam a trabalhar ano após ano. Serviu, também, para olharmos com otimismo a forma como poderemos enfrentar corajosamente o futuro”.

2020 tem mais, já foi confirmada a segunda edição do evento e nós estaremos lá novamente.

Gostaria de lembrar que durante todo o ano, mas principalmente no verão, todas as regiões portuguesas e produtoras de vinhos realizam festas temáticas e típicas envolvendo a gastronomia, a bebida, a música, o artesanato regional e as artes em geral. Esses três eventos que eu relatei aqui é uma pequena amostra do quanto Portugal é festeiro e acolhedor, cada vez mais o turismo cresce por aqui com muitas opções de lazer e entretenimento, belezas naturais através do eco e enoturismo.

Algumas informações e fotos foram retiradas da Revista de Vinhos, do site Port Wine Day, Câmara Municipal de São João da Pesqueira, do IVDP – Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e da organização do Wine & Music Festival.

 

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Roberta OrtolanSiga também blog da Roberta.

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