Um passeio por Guimarães, o berço de Portugal

Por todas as cidades que passei em Portugal, sempre tinha um palácio ou castelo para visitar e conhecer sua história. Então, decidi falar  sobre todos eles e começar pelos que estão na cidade que é conhecida por ser o local de nascimento de Portugal. Estive em Guimarães 3 vezes “turistando” com os amigos que vieram cá me visitar, pois esta cidade é tão charmosa quanto histórica em todos os sentidos.

Foto: Roberta Ortolan

A história de Guimarães

Antes de virar cidade, esta foi uma vila que era chamada de Vimaranes, de origem germânica descendente de Vimara ou Guimara, e que com a influência do latim o nome evoluiu para Guimarães ao longo dos séculos. O curioso é que quem nasce nesta cidade é chamado de vimaranense.

No século X, a Condessa Mumadona Dias, considerada a fundadora de Guimarães, construiu o convento e o castelo, o que acelerou o desenvolvimento da vila em volta desses dois pólos através da atração e fixação populacional. No século XI, o Conde D. Henrique recebe o governo da Província Portucalense por Afonso VI de Leão e Castela, rei espanhol, e casa-se com sua filha (ilegítima), D. Teresa.

Foto: Roberta Ortolan

Desta união nasceu D. Afonso Henriques, em Vila Vimaranes, no ano de 1111, o primeiro rei de Portugal. A Batalha de São Mamede ocorreu junto ao Castelo, no Campo de São Mamede, em 1128, entre o próprio D. Afonso Henriques (que lutava pela independência da província) e sua mãe D. Teresa (que queria manter a província sob o reino espanhol). D. Afonso Henriques venceu a batalha dando início à Nação Portuguesa. Em 1179, o Papa Alexandre III reconhece D. Afonso Henriques como Rei de Portugal.

Patrimônio Mundial

“Guimarães é uma cidade com um glorioso passado histórico, cuja história está associada à fundação da identidade nacional portuguesa e à língua portuguesa no século XII”

Em 13 de dezembro de 2001 a UNESCO classificou o Centro Histórico de Guimarães como Patrimônio Cultural da Humanidade por ter um considerável significado universal através do desenvolvimento de técnicas especializadas de construção de edifícios na Idade Média e que estas foram exportadas para outras colônias portuguesas, como a África e o Novo Mundo. Outro ponto acrescentado na lista pela UNESCO é a ótima preservação da cidade que ainda mantém a arquitetura medieval até os dias atuais, principalmente a que pertence entre os séculos XV e XIX. E por último, pelo primeiro parágrafo que menciona a identidade nacional e a língua portuguesa no século XII.

Paço dos Duques de Bragança

Foto: Roberta Ortolan

O Paço dos Duques é considerado Palácio Nacional e residência oficial da Presidência da República desde 1910. Se essas paredes falassem, contariam história da primeira metade do século XV. D. Afonso (filho bastardo de D. João I, oitavo Conde de Barcelos e primeiro Duque de Bragança – considerado um dos homens mais poderosos de Portugal) mandou construir esse imponente palácio para viver com sua esposa, D. Constança de Noronha, a Duquesa Santa.

Foto: Roberta Ortolan

Nessa visita é possível se encantar com as artes decorativas dos séculos XVII e XVIII, as réplicas de tapeçaria de Pastrana, que narram a conquista do norte da África, tapeçarias francesas e flamengas, sem contar os tapetes e porcelanas orientais da Companhia das Índias. Também se destacam as pinturas, móveis, conjunto de armas e as faianças portuguesas. Quando sair do Paço, não esqueça de pegar o seu queixo no pé!

Foto: Roberta Ortolan

Interessante ressaltar para quem vai de carro é deixar o carro no estacionamento (gratuito) do Paço e desbravar o centro histórico a pé. Se quiser deixar na rua, será necessário recolher o ticket do parquímetro e o tempo máximo é de 2 horas. Como tem muita coisa para descobrir, você terá de voltar ao carro 2 horas depois ou para trocar o ticket ou para colocá-lo em outra vaga (e os guardas multam mesmo!).

Castelo de Guimarães

Esse foi o castelo que a Condessa Mumadona Dias pediu para construir para proteger a vila de ataques dos mouros e normandos. Uma construção suntuosa, na qual é possível passear sobre os muros do castelo, subir e descer escadas de pedras (por toda a sua extensão) e se embasbacar com a vista da cidade.

Foto: Roberta Ortolan

Medieval Rua de Santa Maria e Largo da Oliveira

Esta rua é uma das mais antigas e de extrema importância para a história da cidade. Esta era uma via de ligação entre a Vila do Castelo e a do Mosteiro, e, foi habitada por pessoas com dinheiro e muito prestígio. Caminhar durante o dia por todas as ruazinhas medievais é encontrar o inusitado e o pitoresco, porém à noite, com a iluminação noturna, o bucólico toma conta do clima e parece que você entrou em filme de época. Você encontra os brasões das famílias que moravam ali e varandas floridas com muito verde e colorido.

Foto: Roberta Ortolan

Uma oliveira foi plantada em frente à Igreja de Santa Maria de Guimarães. Um tempo depois ela secou e nunca mais floresceu. Lá pelo ano de 1342, Pero Esteves, um comerciante local, instala uma cruz normanda no largo e novamente a oliveira renasce com todas as forças como se nunca tivesse morrido. Esse evento correu a cidade inteira como um milagre realizado pela Santa Maria e por isso receberam novos nomes o largo, como Largo da Oliveira; a Santa se torna Nossa Senhora da Oliveira e a Igreja, da Oliveira.

Teleférico e Montanha da Penha

A Montanha da Penha está a 400 m de altitude da cidade. Para chegar lá ou você vai caminhando pela trilha a pé, ou de carro ou pega o teleférico que percorre 1700 m em aclive. Nem preciso dizer qual foi a nossa escolha. E a vista? É de deixar o queixo cair novamente.

Foto: Roberta Ortolan

O bilhete de ida e volta está por 5 euros e a chegada te obriga a andar pela montanha, passando por grutas e o sobe e desce de degraus em pedras. Lá você encontra restaurantes, hotel, mini golfe, campismo, diversas áreas para picnic, rochas para escaladas, capelas, miradouros e o Santuário de Nossa Senhora do Carmo da Penha. Quem quiser subir de bike, tem vagão adaptado para levar as magrelas e o percurso terrestre na ciclovia é no meio da natureza. Tudo isso em sessenta hectares de área verde.

Foto: Roberta Ortolan

Guimarães tem uma infinidade de coisas para fazer, pois a cidade mantém uma agenda cultural bem ativa e com muitas atrações. No site da Câmara Municipal, é possível encontrar tudo o que a cidade proporciona seja na cultura, história, gastronomia, roteiros turísticos e entretenimento. Além de tudo é uma cidade universitária e com bastante infraestrutura para os estudantes.

*Algumas informações e imagens foram retiradas dos sites: Câmara Municipal de Guimarães, Cultura Norte e Visit Portugal.

 

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Roberta OrtolanSiga também blog da Roberta.

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