Países Baixos: desbravando Amsterdam

Quebradas do passeio do dia anterior em Rotterdam, caímos da cama eufóricas para conhecer Amsterdam. Esse dia foi bem longo, pois batemos perna o dia todo. Calor, dia quente, caminhada para a estação de trem e lá fomos nós para a mais famosa cidade holandesa. Tempo de viagem entre Breda e Amsterdam: 1 hora.

Guia na mão e parecíamos duas baratas tontas sem saber para onde ir. Cidade mega movimentada, cheia de carros, bicicletas (pior que carro, são muitas MESMO!) e de pessoas. Como minha amiga queria tirar a bendita foto no I AMSTERDAM, decidimos que lá seria o nosso objetivo final, pois, de acordo com o mapa, estávamos do lado oposto.

Paramos para comer as famosas batatas com molhos no cone. As duas mortas de fome decidiram pedir o tamanho médio e acreditem: o tamanho pequeno é gigante, o médio dava para duas pessoas tranquilamente.

Como tínhamos somente aquele dia, não fizemos visitas em museus. Fomos desbravando na caminhada – cada esquina, uma foto. A cidade é a capital da arquitetura do século XVII. Dividida pelos canais, lá fomos nós fazer o tour de barco: é incrível! Em pleno verão, as pessoas dentro dos botes infláveis ou barcos atracados no píer, ficam ali no bom papo com os amigos, uma cervejinha gelada e fumando seu “cigarrinho”. As casas-barco são interessantes também.

Para quem é aficionado por queijo, prepare-se para a orgia “queijal” (olha eu inventando palavra!), uma loja ao lado da outra e com opções de acompanhamentos – chutneys de vários sabores, tudo com a possibilidade de degustar. Difícil escolher, pois é uma infinidade e todos são deliciosos – atende todos os gostos e bolsos.

Passamos em frente ao Madame Tussaud e, de repente, desembocamos numa rua que só havia galerias de arte. Aliás, a arte é incentivada em todos os sentidos, que vai desde pinturas clássicas até instalações conceituais. Se tiver com tempo, entre e aprecie com mente aberta.

Falando em mente aberta, estejam preparados para o Red Light Disctrict, para as casas de strip e sexo explícito, sex shops com as vitrines cheias de variedades, para os coffee shops que vendem maconha de todos os jeitos e não estranhe o consumo em plena luz do dia, a qualquer hora e em qualquer lugar. Maconha é legalizada e a prostituição é profissão. Interessante salientar que após a 1h30 da manhã, é proibida a venda de maconha nos estabelecimentos. Se você tentar comprar dentro de um bar autorizado, após esse horário, esteja preparado para ouvir uma negativa. Se a fiscalização passa e pega no flagrante, o estabelecimento recebe uma multa bem salgada. Se volta a fazê-lo, a lei é ainda mais rigorosa e pode fechá-lo. As casas de shows vão até 2h da manhã. A lei é cumprida mesmo! Como o turismo é intenso, muita polícia no Red Light. Não pode filmar, nem tirar foto. Outra questão importante: é proibido o consumo de álcool na rua e só é permitida a venda para maiores de 21 anos, mas, dentro dos bares e restaurantes, está liberado. Essa cidade é muito louca!

Voltando ao passeio: óbvio que nos perdemos diversas vezes e, como eu já escrevi no outro post, os holandeses são muito prestativos e simpáticos e não negam informação com sorrisão no rosto (além de ser perfeito para treinar o inglês). Finalmente chegamos ao nosso objetivo, fizemos a foto e sentamos para tomar uma tônica bem geladinha. As pernas latejavam e quando eu pensava que ficaria pelo menos uns quarenta minutos para descansar, nosso amigo holandês nos manda uma mensagem dizendo para encontra-lo numa praça x. Quando olhamos no mapa, praticamente voltaríamos para o ponto de partida (o que? Andar tudo aquilo de volta? Nem morta!) – pegamos uma bike tuk tuk e foi um passeio bem relaxante!

O verão holandês permite luz do sol até dez da noite, então nosso amigo saiu do trabalho e foi nos encontrar. Aí começou a nossa noite! Ele nos levou nos bares mais tradicionais de Amsterdam, incluindo o mais antigo de todos: In ‘t Aepjen (imagem abaixo), construído no século XV. Os bares holandeses são chamados de cafés. Esse está situado na rua Zeedjik 1, onde a cidade começou. A decoração é um entretenimento curioso digno de vários cliques, pois tem muita coisa da época e cada detalhe é interessante. O bar era frequentado por marinheiros e Zeedjik quer dizer dique do mar. O atendimento é excelente, todos os tipos de bebidas, funcionários ultra simpáticos. O ambiente é tão acolhedor que os turistas se interagem uns com os outros. De lá fomos para outro, Pilsener Club, que tem 126 anos de idade, uma super variedade de cerveja e areia no chão, de propósito.

A noite foi assim: entre todos os bares que fomos, conhecemos Red Light District e assistimos a um strip, conhecemos uma cervejaria artesanal, dançamos e cantamos num karaokê, depois fomos para outro bar dançar e tudo isso com direito a parada para comer a batata no cone (novamente). Esperamos o próximo trem pra Breda e conseguimos deitar às nove da manhã. Amsterdam é toda intensa, pulsante, multicultural e poliglota!

Curiosidade: vocês sabiam que mais de um quarto da Holanda está situado abaixo do nível do mar? Por isso que é chamada de Países Baixos e no plural, porque o país é dividido em doze províncias. “Até o século 14, parte do que é hoje a Holanda estava submersa. A introdução dos moinhos de vento, símbolo do país, trouxe a tecnologia necessária para drenar enormes áreas alagadas – as grandes pás captavam a energia do vento e com ela acionavam bombas de sucção. Isso, aliado à construção de diques, permitiu o aumento do território habitável. Em janeiro de 1953, os diques que protegiam o sudoeste dos Países Baixos se romperam após uma violenta tempestade, combinada com marés altas. Cerca de 150 mil hectares de terra foram inundados e 1 800 pessoas morreram. O país então desenvolveu o Plano Delta, que reforçou e aumentou diques, além de construir barragens para proteger a Holanda da baixa altitude em relação ao mar” – Martinus Feliz Mertens, assessor da Embaixada dos Países Baixos no Brasil.

Ah! Lembra que deixamos para comprar a passagem de volta quando estivéssemos na Holanda? Então, acabamos encontrando a mais barata por volta dos €100. Fomos embora com vontade de ficar mais tempo!

Aqui está o vídeo com o nosso passeio de tuktuk:

*Algumas imagens e informações foram retiradas do site da National Geografic, Revista Superinteressante e Holland.com. 

 

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Roberta OrtolanSiga também blog da Roberta.

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