Estudar nos EUA: vistos, quanto custa e se vale a pena

O número de estudantes brasileiros que fazem intercâmbio para estudar no exterior tem se multiplicado nos últimos anos e o um dos principais destinos desses alunos é os Estados Unidos. Entre 2013 e 2014 o número de intercambistas brasileiros que foram estudar nos EUA , Estados Unidos, cresceu 78% e o Brasil é agora o 6º país que mais envia alunos para a América, com cerca de 23.675 estudantes brasileiros matriculados no ensino superior americano. A Califórnia continua, de longe, o estado com mais intercambistas, seguido por Nova York e em terceiro lugar, o Texas.

Mas por que tantos alunos brasileiros querem estudar nos EUA? Se você pensa em fazer o mesmo, confira esse artigo e veja as vantagens e desvantagens de se estudar por lá e outros detalhes da vida de um estudante na América.

Estudar nos EUA vale a pena?

Mesmo com o aumento do custo do dólar, o número de brasileiros que fazem as malas e partem para intercâmbio para estudar nos EUA continua aumentando. Esses altos valores são resultado de inúmeras parcerias que universidades americanas têm com universidades brasileiras, principalmente por causa do programa governamental Ciências sem Fronteiras, mas essa não é a única razão. O interesse crescente dos estudantes brasileiros em se matricular em instituições americanas se deve a diversos fatores, vamos apontar alguns deles aqui:

Os Estados Unidos têm as melhores universidades do mundo

Quando o assunto é ensino superior, os Estados Unidos saem muito à frente do resto do mundo. Uma recente pesquisa divulgada em 2015 pela Consultoria QS (Quacquarelli Symonds) que avalia instituições de ensino superior de todo o planeta, mostrou que entre as 100 mais bem conceituadas universidades do mundo, 44 estão nos EUA, outras 31 estão espalhadas na Europa, apenas uma brasileira está na lista, a USP. Além disso, no topo do ranking, os Estados Unidos reinam em absoluto, veja a lista das 10 melhores:

1º – Massachussets Institute of Technology (MIT) (EUA) – nota: 100 (manteve a mesma classificação, em 2014 também foi considerada a melhor universidade do mundo)

2º – Universidade de Harvard (EUA) – nota: 98,7

3º – Universidade de Cambridge (Reino Unido) – nota:98,6

4º – Universidade de Stanford (EUA) – nota: 98,6

5º- Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) (EUA) – nota:97.9

6º – University of Oxford (EUA) – nota: 97,7

7º – University College London (Reino Unido) – nota: 97,2

8º – Imperial College London (Reino Unido) – nota:97,2

9º – ETH Zürich – Swiss Federal Institute of Technology Zurich (Suíça) – nota: 95,5

10º – University of Chicago (EUA) – nota:  94,6

Para conferir o ranking completo elaborado pela QS, clique aqui.

Falar inglês

Qualquer estudante que queira terminar o seu ensino superior e se destacar no mercado de trabalho precisa ter fluência em inglês. Por mais que se estude inglês por muitos anos no país – o que não é a realidade da maioria dos brasileiros – a fluência no idioma normalmente só acontece quando o estudante precisa utilizar o idioma no seu dia a dia, e a melhor forma de fazer isso é morando em um país de língua inglesa. O sotaque americano soa mais familiar aos brasileiros devido à forte influência que temos da televisão, cinema e música americana. Ao estudar em Universidades com aulas em inglês, o aluno precisa se desdobrar para compreender bem as aulas, conseguir desenvolver provas e trabalhos e acompanhar os demais colegas nativos, o que melhora muito a fluência do seu inglês.

Diversidade cultural americana

Estados Unidos é um país gigante em proporções territoriais e também na diversidade de sua cultura. Cada região, cada estado da América parece um país diferente, unidos pelo sentimento do americanismo. Além de a própria cultura americana ser muito diversificada, você encontra dentro do país um pedacinho de cada país do mundo. Há pessoas de nacionalidades do mundo todo vivendo nos EUA, é possível encontrar comunidades com os costumes e culturas mais diversos convivendo por lá. A mistura entre uma cultura rica e diversificada com a comunidade estrangeira tornou os Estados Unidos um país multicultural, o que atrai os estudantes brasileiros ansiosos por novidade. Lá eles encontram cidades cosmopolitas, muita beleza natural, eventos artísticos, culturais, políticos e esportivos. Um prato cheio para quem quer se aventurar fora do Brasil, quer uma mudança radical e uma adaptação cheia de oportunidades.

Viajar pelo país

Quem vai fazer intercâmbio para estudar nos Estados Unidos tem a oportunidade única de conhecer o país de forma aprofundada. São muitas as cidades americanas que são consideradas turísticas e atraem milhares de visitantes do mundo todo, todos os anos. Como cada canto do país tem características próprias, nenhuma viagem será igual à outra (e você nem precisa mudar de país para isso). Nada como fazer compras e curtir a noite em Nova York; tirar um dia de lazer na paradisíaca Miami; voltar a ser criança nos parques temáticos da Disney; divertir-se na capital do entretenimento Los Angeles; conhecer os exóticos Deserto de Nevada, Grand Canyon e a fervilhante Las Vegas. E isso é apenas o começo.

E as desvantagens de estudar nos Estados Unidos: financiamento caro

Se o estudante brasileiro não vai para os Estados Unidos com bolsa de estudo, ele precisará desembolsar uma grande quantidade de dinheiro, ainda mais com a cotação do dólar nas alturas. O financiamento dos estudos nos Estados Unidos é algo realmente caro, é comum pais americanos que começam a juntar dinheiro para bancar o ensino superior dos filhos desde o momento em que eles ainda são crianças. Os materiais escolares também não são nada baratos e muitas universidades não permitem a fotocópia de livros.

Existem muitas bolsas de estudo, no entanto, a concorrência é muito grande e os alunos americanos são privilegiados na obtenção desses auxílios em relação aos alunos estrangeiros (assim como acontece em muitos lugares do mundo).

Agora, cabe a você pesar os prós e contras de estudar nos Estados Unidos. Tudo vai depender da Universidade que vai te acolher, da cidade onde você vai morar, de como será a sua capacidade financeira durante o seu período de estudos e da sua capacidade de adaptação a uma cultura diversa como a americana.

Como estudar nos EUA e trabalhar legalmente

Como já dissemos logo acima, quem vai estudar nos Estados Unidos, pode – respeitando todas as leis e os limites impostos pelo seu tipo de visto – conseguir trabalhar durante o seu período acadêmico no país. Veja como funcionam os vistos e em quais atividades eles permitem que os estudantes trabalhem.

Como um estudante internacional na América, você terá autorização para tirar um dos  3 tipos de visto: o M-1 visa, o J-1 visa ou o F-1 visa. Mas antes das informações sobre os vistos, é importante saber o que é um CTP e um OTP.

O CTP é uma sigla para Curricular Practical Training, que é uma prática curricular obrigatória dentro do curso onde o aluno pratica atividades ligadas à sua área com uma determinada carga horária. Esse CTP pode ou não ser remunerado.

Já o OTP é a sigla para Optional Practical Training, que como o próprio nome diz é uma prática opcional dentro da área estudada que é remunerada, mas ela só é permitida para certos tipos de visto e tem limite de até 20 horas semanais semanais durante o semestre acadêmico e até 40 horas nas férias e o período do OPT varia de acordo com o tempo do seu curso. Para cada quatro meses de estudos com um visto M-1, o estudante tem permissão de fazer um mês de trabalho como OPT.

Vistos americanos para estudantes

Vejamos agora os tipos de visto existentes para os EUA.

  • M-1 Visa: o visto M-1 é concedido aos estudantes que irão para os Estados Unidos para cursos vocacionais. Os cursos vocacionais são aqueles destinados a quem já cumpriu o ensino médio e procura conhecimentos e habilitações em áreas específicas. Veja aqui exemplos de cursos vocacionais disponíveis nos Estados Unidos. O visto M-1 não dá direito de trabalho ao estudante. No entanto, existem algumas exceções: você pode aceitar uma vaga de trabalho que possa ser considerada como um treinamento prático da sua área de estudo por até seis meses depois da conclusão do seu curso. Você pode também optar por um OPT (Optional Practical Training), mas não se esqueça de pedir autorização na imigração americana antes de aceitar uma vaga de OPT para não colocar o seu visto em risco.
  • F-1 visa: esse visto é concedido a estudantes internacionais que irão fazer um curso superior integral em uma universidade americana. Com esse visto, durante o primeiro ano de curso o aluno tem autorização para trabalhar dentro do campus da universidade por 20 horas semanais durante o período letivo e 40 durante as férias. O aluno pode aceitar uma vaga em alguma empresa comercial que tenha contrato com a universidade (como por exemplo uma livraria, um café ou uma loja que esteja dentro do campus) ou pode também trabalhar diretamente para a universidade como um auxiliar de um professor ou exercer uma função que seja parte da bolsa de estudo, fellowship ou doutorado, por exemplo.

Ainda durante o primeiro ano, o aluno com visto F-1 pode conseguir da USCIS (US Citizenship & Immigration Services) autorização para completar uma Curricular Practical Training (CPT) remunerada ou  para cursar o Optional Practical Training (OPT). Após um ano de curso com o visto F-1 o aluno já pode trabalhar fora do campus.

Essa seria a regra básica para quem tem um F-1, no entanto, há exceções e um aluno pode pedir autorização para trabalhar fora do campus no primeiro ano de curso, se e somente se: você comprovar dificuldade financeira e provar que tentou conseguir trabalhos dentro do campus mas não foi possível. Assim, você irá pedir ao USCIS uma Work Permit (Autorização de Trabalho) que custa U$380, demora 90 dias para ser concedida e é válida durante 1 ano.

  • J-1 visa: esse visto é concedido aos estudantes internacionais que irão estudar nos Estados Unidos como um período de intercâmbio. Com esse visto, os estudantes têm autorização de trabalhar somente dentro do campus e somente em funções que sejam parte de uma bolsa de estudo, fellowship, ou como assistentes acadêmicos, não é permitido trabalhar em empresas parceiras. Em casos excepcionais, assim como acontece com o visto F-1, o work permit concedido pela USCIS autoriza estudantes em dificuldade financeira a trabalhar fora do campus. Os estudantes com visto J-1 podem optar também pelo CTP e pelo OTP. É muito comum estudantes que portam o J-1 visa procurarem por trabalhos como au pair, que é legal. Saiba mais sobre essa possibilidade aqui.

Estagiar nos Estados Unidos

Veja as principais regras para os alunos que queiram estudar nos EUA e estagiar:

1- O estágio NÃO PODE SER remunerado. A não ser que: o estudante com visto F-1 tenha autorização de completar um CPT ou OPT, ou então se o estudante J-1 tenha autorização para completar um Academic Training. Estudantes com visto M-1 não podem exercer atividades remuneradas que não sejam parte do curso vocacional.

2- O estágio tem que ser realizado dentro de um ambiente educacional (como uma universidade, por exemplo).

3-  A atividade não pode execer as 20 horas semanais em períodos letivos

4 – O estagiário não pode substituir um funcionário assalariado

5- O estagiário precisa de acompanhamento de alguém da empresa, ou seja, o empregador precisa focar na educação e formação do estagiário.

6- O empregador não é obrigado a efetivar o estudante após o fim do estágio.

Essas são as regras básicas, mas existem outras específicas que precisam ser consultadas na instituição americana ou com o empregador, pois cada caso é um caso.

Se você ainda ficou com alguma dúvida em relação a trabalhar e estudar nos Estados Unidos, consulte o site do USCIS (US Citizenship & Immigration Services), lá você irá encontrar as explicações específicas para todos os casos.

Pode estudar nos Estados Unidos com visto de turista?

Pode, mas há limitações. Quem vai para os Estados Unidos com o visto de turista ou visto de negócios (que são os vistos B1/B2) pode permanecer no país por até 6 meses e pode estudar sim, mas com uma carga horária limitada a 18 horas semanais. Então, se você for para o país para realizar um curso de idiomas de 3 meses, por exemplo, você pode tirar o visto de turista, que é mais barato e menos burocrático do que o de estudante. Mas, se você for para o país com a intenção de estudar por um período superior a 18 horas semanais e/ou por mais do que 6 meses, você precisa tirar um visto de estudante (já citados acima). Não tente burlar a lei americana, eles são muito rígidos em seu cumprimento.

Não é indicado entrar com visto de turista e depois tentar trocar para visto de estudante.  O processo é burocrático, demorado e pode ainda ser negado. Um visto de estudante tirado fora do país (com todas as documentações corretas) demora em média 1 mês para ser autorizado, enquanto a troca do visto de turista por estudante dentro da América pode demorar até 6 meses, se for aprovado.

 

Veja também:

 

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