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Eu, eu mesma e várias camadas de roupas

Hoje vim falar de relacionamento. De começo difícil, de abdicações e de reajustes. De como o tempo ajuda a melhorar a vida a dois. Pois bem. Minha relação com o inverno não foi (e ainda não é) fácil.

Envolveu constrangimentos, sofrimento e um quê de depressão.

Dos 30 graus ao inverno europeu

Vamos a algumas informações básicas para vocês entenderem o porquê de tantos conflitos: a) eu peso 40 kg e não tenho isolante térmico natural (gordura), b) a cidade de onde eu venho tem uma temperatura anual por volta dos 30° e a quantidade de luz solar é mais ou menos a mesma o ano inteiro, c) eu sequer turistei em lugares realmente frios para ter um conhecimento básico de inverno.

Resultado: no primeiro ano aqui, eu precisei usar calça térmica por baixo de calça jeans, cachecol e gorro que só deixavam meus olhos de fora, um casaco maior que eu, impermeável, com camadas de proteção contra o vento e que tinha zíper por todos os lugares e que me dava uma leve aparência de botijão de gás, além de luvas para quem pratica esportes no inverno. Isso era eu, pronta para uma nevasca, mas era só 6°e não havia qualquer sinal de neve.

O look que eu queria usar vs o look que realmente me protegia no frio há três anos (Foto: Arquivo Pessoal/Livia Moura)

Meu marido tinha que me ajudar a colocar o cachecol, porque eu me enrolava toda e no final, o pescoço sempre estava descoberto. Eu também tinha problemas em colocar os dedos nos lugares certos das luvas. Mais que isso, chorava quando via a sensação térmica negativa no aplicativo do celular.

Chorava mais ainda quando o sol se punha às 3 da tarde e eu não havia sentido sequer um raiozinho de luz natural na pele. Sem falar do sono, da falta de energia que essa falta de sol provocava durante todo o inverno. E a gripe constante? E aquela sensação de nariz escorrendo o tempo todo? Inverno não é para fracos e os europeus estão de parabéns por aguentarem e alguns até por aproveitarem. Eu, no entanto, sou uma criança do verão, acostumada a andar de short, blusa, sandália e acabou.

Mas faz 3 anos que me mudei para Londres. Desde então, eu aprendi a lidar melhor com o inverno. Não sou nenhuma expert, e ainda sofro um pouco, mas aqui vai a lista de alguns truques que eu usei para me adaptar melhor às temperaturas frias:

Vitaminas

Suplementos vitamínicos viraram meus melhores amigos no cotidiano. E permitiram que eu ficasse doente com menos frequência do que quando cheguei, quando eu ficava gripada semana sim, semana não. Vitamina D se tornou minha melhor amiga para compensar a falta de luz solar.

Casacos de qualidade

Seja você da vibe esportista ou dos casacos de lã, vale o investimento em um casaco bom. Não precisa ser necessariamente caro, mas casacos são itens que você poderá usar durante anos, então invista em qualidade em primeiro lugar.

Eu sou da turma dos casacos de lã. Para o frio de Londres, eles são suficientes, embora não te protejam tanto assim de vento. O truque: quando faz frio e muito vento, eu uso uma bomber jacket não muito grossa por baixo do casaco de lã. No geral, eu ainda uso um cardigã comprido por baixo do casaco.

Algo para proteger o pescoço

Eu sou fã de cachecóis – acho lindo, a cara da riqueza, quando bem usado. Mas dependendo da temperatura, uso um cachecol de tecido mais fino ou outro mais grosso. E não caia na cilada de colocar o cachecol e não envolver o pescoço todo, porque você vai ficar doente.

Com o tempo, tudo melhora

Parece generalização, eu sei. Mas é verdade. Eu lido melhor com o frio agora do que eu lidava há três anos. Eu já não sinto meu ouvido doer e eu não coloco mais que uma meia-calça (mesmo quando faz 0°). Também não uso mais segunda pele (às vezes, ainda ponho uma blusinha básica de algodão, quando uso outra por cima mais fininha). Eu raramente uso gorro ou capuz, e já nem sinto muita necessidade de usar luvas também. Claro que sempre mantenho um gorro e as luvas ao alcance caso precisar.

Permitir-se sentir frio

Esta dica vai parecer estranha. Mas uma coisa que me ajudou a me acostumar com o inverno foi me permitir sentir frio e esticar minha resistência a ele. Falo em analisar a temperatura, calcular a distância e o tempo que eu vou me submeter a temperaturas mais baixas, e decidir o que usar de acordo com isso. Essa tática vem de uma pergunta: se eu me empacotar toda com o primeiro ventinho que sobra, que camada a mais eu teria para colocar quando o frio ficar mais intenso?

Com isso, eu aprendi que casaco usar quando a temperatura está por volta de 10° e que casaco usar quando a temperatura cai para 2°, ou se eu preciso colocar ou não um suéter mais grosso, por exemplo. Passei a entender meus limites. E parei de sentir inveja das europeias que saem até de pernas de fora no inverno.

Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Lívia Moura.

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