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Itália e Portugal para pessoas com mobilidade reduzida

Quem me conhece já reparou, com toda certeza, no meu jeitinho peculiar de andar: já me perguntaram se eu estava com o sapato apertado por conta da “mancadinha” que meus pés dão quando ando. Apesar de ser uma deficiência bem discreta, eu tenho que tomar alguns cuidados. E justamente por causa dessa “configuração de fábrica”, costumo reparar mais nas questões de acessibilidade e mobilidade dos lugares que visito. Foi pensando nessas questões que resolvi fazer uma análise sobre os dois países que morei (além do Brasil) em 2017: Itália e Portugal.

Nota: uma pessoa com deficiência e uma gestante, ao meu ver, não são tão diferentes assim: ambas tem sua mobilidade reduzida, mesmo que por motivos díspares. Então, as observações abaixo foram pensadas levando em consideração todas as pessoas que têm alguma restrição motora (deficientes, gestantes, idosos, pessoas com carrinhos de bebê, clientes com sacos de compras, viajante com malas).

Itália

No geral, a Itália é plana, o que significa que é possível andar muito e se cansar pouco. No norte do país, onde morávamos, dava para contar nos dedos lugares com grandes subidas e descidas. As calçadas geralmente são largas e as ruas asfaltadas.

Os centros históricos são bem conservados, o que significa que o chão é preservado como construído originalmente. Por exemplo, em Verona, quase todo o centro turístico é feito com mármore – a cara da riqueza –, então o chão é lisinho, com pouca diferença da calçada para a rua. Já Veneza é estreita e, por serem várias ilhotas conectadas por pontes, tem bastante escada.

Além de caminhar, os ônibus são boas pedidas. Apesar de serem escassos em cidades pequenas, a maioria dos “autobus” que peguei nivelavam-se à calçada ao parar, facilitando assim a entrada dos passageiros.

Outro meio de transporte, são os trens: muito úteis para percorrer todo o país. O único problema é que, em algumas estações, o trem para longe da plataforma. Além disso, é quase sempre necessário subir dois ou três degraus para entrar de fato no vagão e isso pode ser uma complicação se você estiver com bagagem, carrinho de bebê, etc. Ah, e se você precisar andar dentro do trem, é necessário abrir uma portinha que separa um vagão do outro e essa intersecção é móvel, ou seja, é um pouco difícil para equilibrar-se.

Se estiver em uma cidade grande, como Milão, pode contar com o metrô, mas não tem elevador em todas as estações. De qualquer forma, é sempre possível usar um táxi também… Mas lembre-se que eles não circulam na maioria dos centros turísticos.

Portugal

Apesar de eu amar essa terra, tenho que confessar que a acessibilidade aqui não é das melhores. O problema é o sobe-desce incessante em todos os lugares e a maioria das ruas são de paralelepípedo e pedrinhas, o que complica bastante a caminhada, principalmente se você tem a sua mobilidade reduzida. Muitas calçadas são estreitíssimas e irregulares – a minha, por exemplo, só passa uma pessoa por vez.

Mas, por outro lado, os meios de transporte funcionam bem. Vamos focar no Porto, que é a cidade que moro. Aqui contamos com ônibus e linhas noturnas com muitas “paragens” e também com o sistema de nivelamento à calçada.

O metrô (métro, como os portugueses dizem) é bem limpo e funcional. O trem para próximo à plataforma e existem amplos lugares para cadeirante, quase todas as estações contam com elevadores, e, quando não, existem rampas de acessibilidade. Ainda é possível contar com o comboio (trem), que é formatado semelhantemente ao metrô,  funiculares e elétricos. E, claro, para um maior conforto é possível usar táxi (ou Uber, Cabify…).

Conviver com uma deficiência é um aprendizado diário. As pessoas reparam mesmo, mas isso faz parte da riqueza de conhecer novas culturas. Eu acredito que qualquer lugar do mundo é possível para alguém de mobilidade reduzida. Acaba por ser um pouco mais complicado sim, pois a preocupação com esses pormenores é maior. Mas, se por o seu caso, não deixe que nada te impeça de viver uma nova aventura.

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Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Melissa Costa. Acompanhe também o blog Fifty-Fifty.

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