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Primeiro choque negativo. NÃO DESANIMAR! #6

Minha primeira semana nas Doze Tribos em Itapecerica tinha sido maravilhosa, mil vezes melhor do que eu havia imaginado, logo no início da jornada. Portanto eu sabia que precisava manter minhas expectativas baixas pro próximo ponto da viagem, para não me frustrar. Dito e feito.

Meu segundo contato do WWOOF havia sido muito bacana desde o início. Sua fazenda de cogumelos era em Ibiúna. Era uma segunda-feira bem cinza, por volta de meio dia, quando cheguei à porteira. Não havia sinal de celular ou internet, então coloquei à prova o primeiro teste do SPOT Gen3, enviando um “ok” com minha localização de GPS para meus contatos e para minha página do Facebook. Funcionou perfeitamente!

Era uma casa bem simples de cimento batido, um terreno não muito convidativo. A esposa do caseiro me recebeu simpática e me mostrou o alojamento. O lugar tinha muito potencial, três quartos grandes com beliches, camas e colchões, uma sala com uma mesa grande e desenhos na parede, e uma cozinha com fogão. Descrevendo assim, parece bem agradável, mas não era. Nem um pouco. Infelizmente. Não havia forro no teto e as telhas de alumínio davam um ar meio sinistro e abandonado pro lugar. Há um bom tempo não se tirava as teias dos cantos nem varriam o alojamento. A iluminação era bem precária, a ponto de eu andar com minha lanterna de caverna na cabeça. O banheiro não tinha iluminação, muitas aranhas e nenhuma condição de se tomar um banho, principalmente no frio monstruoso que fazia há alguns dias. O caseiro estava em algum lugar pela roça, e eu já sentia que não daria muito certo ficar ali nem por algumas horas. Me isolei dentro do carro, quentinho e com meus mantimentos, preparados com tanto carinho pela Michelle. Sabia que mão adiantaria sair dali naquele momento, e uma chuva ameaçava começar. Além disso, em consideração ao meu contato com o dono, tentaria dar uma chance a mim e ao lugar no dia seguinte. Escrevi em meu diário de bordo, li um pouco, e com toda a energia negativa que senti daquele lugar, dormi a tarde toda. E aquela chuva que ameaçava começar, caiu, e caiu forte.

À noite arrisquei ir até a cozinha preparar algo. Tentei acender a luz, e não funcionou. Pensei: “devem ter visto que não pretendia sair do carro e desligaram a força”. Mas não, fui conversar com a esposa do caseiro, e com ele, que já havia retornado da roça, e descobri que uma torre de energia havia sido derrubada pela tempestade em Sorocaba, e desligou a energia de toda a região. Várias cidades sem luz nem telefone, e eu ali, no meio do nada, sabendo que nada poderia fazer para contribuir com o lugar, nem o lugar agregar nada a mim. Estava decidido: acordar cedo no dia seguinte e seguir viagem.

Foi uma pena não ter dado certo, mas acho que o principal sentimento que ficou foi sobre os altos e baixos que a viagem terá, de fato. E o quão importante será minha preparação psicológica e espiritual para sair de um lugar maravilhoso, com pessoas maravilhosas, experiências fantásticas, para chegar em lugares que se apresentem o oposto. NÃO DESANIMAR.

Meu próximo destino seria Ilha Comprida, onde gostaria de conhecer uma comunidade de pescadores. Mas essa coisa de viajar sem destino, mesmo que haja algum destino, faz a gente mudar de ideia e se render à mudanças, e isso é fenomenal. Pois aí, em vez de seguir para Ilha Comprida, resolvi seguir direto para as cavernas do PETAR, que já conhecia e onde tanto me sentia em casa, porque depois do “primeiro choque negativo” de Ibiúna, acho que era de uma sensação familiar que eu precisava.

E isso fez TODA diferença.

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