Por que eu gosto de viajar?
Eu gosto de viajar, porque viajando posso ser mais facilmente quem eu desejo, posso ficar longe de olhares que me vigiam e que esperam algo de mim. Viajo para fugir da rotina, para fugir de uma vida sem graça, para fugir de uma vida que já estava escrita e criar o meu próprio roteiro, com meus personagens e locais de atuação.
Também viajo para encontrar. Encontrar um novo olhar, uma nova perspectiva e reinventar o meu modo de ser. Viajo para fugir dos rótulos que me deram, para ressignificar o que eu mesma penso sobre mim quando me vejo em novas situações. Viajo para me colocar à prova de quem sou e quem eu posso ser. Viajo para brincar, exercitar a minha criatividade e construir a minha história. Só minha.
Viajo para não criar preconceitos, para mudar meus conceitos de certo e errado e confrontar as minhas próprias certezas. Viajo para testar meus sentidos, sentir novos sabores e olhar novos ângulos. Viajo para encontrar, para ver além do óbvio e para me incomodar, saindo a todo o momento da minha zona de conforto.
Viajo para entender que na volta os problemas ainda estarão lá e que embora eu ame viajar, sei que o mais importante está em cuidar do nosso dia a dia. Todo dia é novo, aqui ou em qualquer lugar. Aproveite!
Viajo para entender o que busco e o que deixo para trás, para não me acomodar no meu papel no mundo, para não me acostumar com apenas um pequeno pedaço desse mundo e da história.
Viajo para tirar a minha aventureira do baú e não permitir que meus sonhos fiquem guardados lá. Viajo para ser rebelde e gritar que não quero me encaixar em algo que não acredito, em algo que não me faz sentido. Viajo porque sinto certa urgência em viver quando penso que o tempo é tão curto e o mundo é tão grande.
Viajo para colocar a minha imaginação à prova e a minha coragem também, para encontrar semelhanças e diferenças em cada lugar que passo. Viajo porque o mundo é grande e a minha casa é pequena e vez ou outra eu não caibo mais dentro dessas paredes.
Viajo para entender que as coisas acabam, as boas e as ruins e que o tempo passa e que se nada fizermos, ele passará do mesmo jeito. Façamos algo.
Viajo para fugir da armadilha de “um dia faço” e entender que a vida acontece já e nada melhor do que uma escapada da rotina para entendermos isso, pois os momentos em uma viagem são únicos e talvez nunca mais voltemos naquele lugar.
Viajo para perceber que ao acordar, tenho um dia inteirinho para que eu possa fazer o que me der na telha, sem compromissos, horários ou satisfações. Viajo para poder estar livre disso, apesar de também adorar programar cada passo. Viajo para aprender a lidar com essa ambiguidade que vive dentro de mim.
Viajo para continuar tendo muitas primeiras vezes, me encantando com o que conheço e me conhecendo através do que me encanta.
Viajo para sentir o vento no rosto, a água salgada nos pés e a satisfação de deitar na cama depois de um dia inteiro de novas experiências. Viajo porque só saber não me basta, eu preciso experimentar.
Viajo para provar a mim mesma que nem todo mundo precisa ser feliz da mesma forma e que cada um merece descobrir o que espera de sua vida. Uns são felizes com família e filhos, outros são felizes sozinhos. Uns são felizes viajando, outros criando raízes. E essa diferença é que torna o ser humano tão único e interessante. Respeitemos.
E se eu posso dar uma dica para todos, é que cada um possa descobrir o que te faz feliz, o que realmente te faz feliz. Cada ser é único e isso precisa ser explorado e muito respeitado. Descubra, aceite e lute pela sua individualidade.
Boa viagem!!!
Este conteúdo é de total responsabilidade do autor da coluna Adriana Biem | A Psicóloga Viajante. Siga também o Instagram da Adriana.
Veja também:
- Quando idealizamos uma viagem
- De onde vem o dinheiro para viajar? A verdade (da maioria) dos viajantes frequentes
- O que eu teria feito diferente antes de mudar de país
- 3 perguntas que você deve responder antes de arrumar suas malas de mudança
Atenção: Este conteúdo é de exclusividade do Já Fez as Malas? e não pode ser reproduzido parcial ou integralmente sem autorização prévia. Caso queira referenciar o conteúdo abordado neste artigo, pode-se utilizar um link para a matéria.