Caminhando ladeira acima em Aroumd
O dia começa com o café da manhã ainda no Hotel Les Trois Palmiers. Às 9:00 o grupo já está reunido e a van que nos leva de um ponto para o outro durante a viagem já se encontra à porta.
Saindo dali, uma pequena pausa no supermercado mais próximo para comprar galões de água para todo o grupo – com o valor recolhido anteriormente para uma espécie de poupança das gorjetas -, e outros itens de interesse pessoal. Quem precisa sacar dinheiro também aproveita a oportunidade. Assuntos resolvidos, o grupo segue estrada em direção a Aroumd, a 70 km de Marrakech.
“As mulas que levem”, em Aroumd
Ao chegar no destino todos ficam apenas com a pequena mala preparada para este dia e as colocam sobre as mulas, que esperam a postos para levarem as bagagens para a acomodação do dia. Há também quem prefira pegar uma carona em uma delas e pular a caminhada de cerca de uma hora entre pedras e pequenas correntes de água até a vila Imlil, próxima às montanhas do Alto Atlas.
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Fotografias: Nataly Lima
Ao chegar no guite, acomodação gerida por uma família local, o grupo é recebido nas tradições da cultura berbere. Uma mesa grande o suficiente para todos está posta no terraço. Faz sol e o calor é por conta da temperatura, que ronda os 16ºC, e a caminhada que acabamos de terminar.
Guia demonstrando a tradição marroquina do chá. Foto: Nataly Lima
Logo, todos são servidos com um chá típico, apresentado da forma que costumam tomar no Marrocos: com muita espuma. “Quanto mais alto o bule, melhor. Mais espuma”, informa o guia com toda a sua simpatia. Ele menciona também que a espuma criada seria também uma simbologia ao turbante que decora a cabeça dos homens muçulmanos.
Há chá com açúcar e sem. Parece que, no Marrocos, quanto mais açúcar melhor.
Na mesa há também algumas travessas com amendoins, biscoitos de erva-doce e outros quitutes para acompanhar.
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Fotografias: Nataly Lima
O almoço é servido poucos minutos depois. Há uma grande variedade entre omeletes, tagines, salada vinagrete, lentilha e a dupla sempre presente, pão e azeitonas.
Logo aparece um gato. E outro. E mais outro. No Marrocos gato é o mesmo que pombo em algumas cidades do Brasil: basta pensar em comida que eles aparecem ao lado, como que num passe de mágica.
Caminhada até o shrine Sidi Chamharouch
Após este momento de pausa, parte do grupo opta por fazer uma caminhada de cerca de 8 quilômetros em direção a um local de peregrinação até o shrine (santuário) Sidi Chamharouch.
A caminhada começa em um grande campo rochoso e segue ladeira acima por cerca de uma hora. Algumas pausas são feitas ora para apreciar a paisagem montanhosa, ora para descansar e tomar fôlego.
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Fotografias: Nataly Lima
No caminho cruzamos com alguns moradores locais e outros peregrinos. Há também alguns animais e fontes de água.
No topo, a recompensa é mais valiosa para quem faz este percurso por motivos religiosos. É aqui que muitos marroquinos vêm com intuito de fazer um pedido ou de cumprir promessas que acreditam terem sido realizadas por razões sobrenaturais.
No espaço de oração só entram muçulmanos, mas daqui do lado de fora é possível ver o resto de peles de animais que foram utilizados como oferendas e sacrifícios pelos peregrinos.
O guia brinca que também podemos fazer um pedido, já que chegamos no topo. Eu, sinceramente, só peço que eu não caia penhasco abaixo na volta e que o jantar chegue logo. Será que vale?
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Fotografias: Nataly Lima
Jantar, conversa e frio
Na volta da caminhada, o grupo se reúne com os que preferiram ficar pelos arredores. Todos se encontram na sala, que mais uma vez tem mesas postas, mas desta vez para mais um momento de chá com uma massinha semelhante ao nosso pastel e mel em frente à lareira. Há sofás ao redor de todo este cômodo.
Há quem arrisque servir o chá no estilo marroquino: “mais alto!”, incentiva o grupo. E conseguem!
O jantar é servido em seguida. Sopa típica marroquina e mais tagine.
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Fotografias: Nataly Lima
Não são nem 8:00 da noite e alguns já se encontram cansados pela atividade do dia, mas todos, sem exceção, admirados com o frio que estão a enfrentar no Marrocos. As casas não possuem aquecimento e por isso, podem ser um pouco desconfortáveis para quem está acostumado a lugares com um isolamento térmico melhor para estas temperaturas.
Bem, eu moro em Portugal. Para mim isto é fichinha! “É só se enrolar nos cobertores como uma múmia e abrir só um espacinho para respirar, pessoal”, bem demonstrei de forma didática na noite anterior. Acho que ninguém aprendeu, mas todos riram.
No entanto, o frio que faz aqui não é nada que os cobertores localizados nos quartos e um banho quente não resolvam.
Às vezes fica um silêncio na sala. Eu acabo com ele com um “ô colega, como é que isso mesmo? Esse negócio de ‘chip’, ‘ship’ ‘sheep’… é que eu não entendo a diferença na pronúncia, me explica…”, aproveito para tirar minhas dúvidas do inglês. Não sou boba nem nada, tenho sete nativos aqui!
A noite termina depois de longas horas de conversas, longe de grandes tecnologias e Wi-Fi. Apenas estas quatorze pessoas e o que elas têm a contar umas as outras.
Está um pouco frio. Hoje vou pôr minhas meias de lã…
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